Eduardo Cabrita: videovigilância não está "plenamente instalada" nos locais com armas das forças de segurança
Em audição requerida pelo PSD, Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, fez saber que foram recuperadas oito armas das 57 armas desaparecidas.
Quase dois anos depois de se saber que 57 pistolas Glock tinham sido roubadas da Direcção Nacional da PSP, a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias (a pedido do PSD), voltou a ouvir o ministro da Administração Interna sobre o assunto. Eduardo Cabrita afirmou que a Inspecção-Geral das Administração Interna (IGAI) fez uma análise das condições de armazenamento do armamento nas diversas fontes de segurança — PSP, GNR e SEF — e estabeleceu regras comuns. Já há mecanismos informáticos para registo do armamento, mas o controlo através de câmaras de videovigilância "ainda não está plenamente instalado".
Desde Fevereiro de 2017, foram apreendidas oito armas, adiantou ainda o ministro — quatro em Espanha e outras quatro em Portugal. O inventário que foi levado a cabo nas instalações da PSP, GNR e SEF foi conclusivo: "Não se encontraram mais faltas."
"Estes factos têm mais de 18 meses e até agora nada mais de relevante foi conhecido, o Governo não deu mais informações. O Ministério da Administração Interna tem o dever de prestar esclarecimento e colocar um fim a estes longos meses de silêncio", disse o deputado do PSD, Carlos Abreu Amorim.
"Os factos ocorridos são graves e devem ser considerados como tal", salientou o ministro. Sobre o apuramento de responsabilidades, "em matéria criminal, a investigação está a decorrer e não há indicação sobre o seu resultado".
Sobre as semelhanças entre este episódio e o caso de Tancos, à qual os deputados do CDS e PSD aludiram, António Gameiro, do PS, defendeu que "não há o mínimo de similitude".
Em Março do ano passado, a então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, afirmou que as conclusões preliminares do inquérito da PSP apontavam para "falhas na área da supervisão e controlo". "Este inquérito está em curso e ainda não tem conclusões, mas de acordo com as conclusões preliminares, que eu conheço, apontam para erros ou falhas de supervisão e controlo", disse a ministra aos deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, numa audição também a pedido do PSD.
A polícia só notou que as armas tinham desaparecido quando uma Glock da PSP foi apreendida no Porto, a 25 de Janeiro de 2017. Estava no Bairro da Pasteleira com um estudante de 21 anos, suspeito de tráfico de droga.