O último dos roceiros
É um dos países com a população mais jovem do mundo, mas um dos problemas sociais mais preocupantes é a maneira como os mais velhos são tratados. Em São Tomé e Príncipe, as mulheres de cabelos brancos, chamadas “feiticeiras”, fogem do estigma e de maus tratos alimentados pelas dificuldades económicas e pela religiosidade. A pressão demográfica fomenta vários problemas sociais de difícil resolução.
Até parece que se vestiu de propósito para contar de livro aberto o que sabe da terra com sabor a café e cacau. Camisola às riscas com as cores de São Tomé. Verde, vermelho, amarelo e preto. Vê-se à distância, a aproximar-se de passo ligeiro, assente nuns chinelos direitos com os dedos de fora. Chega preparado para contar a história dos seus 82 anos, vividos por inteiro naquela roça. Ali nasceu, ali trabalhou e ali vive, sem ter visto muito mundo além daqueles cerca de mil hectares da roça Monte Café, propriedade de portugueses até à independência de São Tomé, agora quase abandonada no trabalho mas habitada por centenas de são-tomenses, muitos deles desempregados.
É isso que faz doer o coração ao Doutor Paulino, como lhe chamam os que ali vivem. É o mais velho dos ex-trabalhadores ainda do tempo dos colonos da roça de Monte Café, na província de Mé-Zóchi, entre o centro e o Norte da pequena ilha de são Tomé. “É pena, estava bonito isto. Agora está tudo estragado, pá”, lança. Com os olhos fixos no chão, não por estar triste — e até o está —, sim porque, apesar de conhecer os caminhos de terra batida desde que nasceu, vai atento aos buracos e pedras que lhe aparecem de surpresa, que, sem manutenção de uma rede viária que conta com apenas três estradas alcatroadas em toda a ilha, são cada vez mais.
O caminho para chegar àquela que foi uma das maiores roças de cacau e café de São Tomé e Príncipe é, como quase todos na ilha principal, esburacado, por entre vegetação que cresce da noite para o dia, num clima que pode chover numa hora e fazer sol na seguinte. Ao contrário de outras roças, a casa senhorial é mais discreta. A imagem de marca, fixada nas fotografias, mostra a entrada da roça e o local que Paulino melhor conhece: à primeira vista parece um armazém com duas partes distintas e uma guarita para o segurança, mas lá dentro espraiam-se os grandes secadores. “É para mexer o cacau, para a frente e para trás”, exemplifica com os poucos grãos podres que sobram para a demonstração numa estrutura de madeira que se estende como um longo tabuleiro, antes rodeada durante a jorna por dezenas de pessoas que repetiam o mesmo gesto. Para a frente e para trás.
O carregamento do cacau e do café — sobretudo o arábica, porque este é terreno em altitude, propício a esta espécie — era feito por uns vagões que rolavam entre a plantação e ali entravam, naqueles longos armazéns, num complexo mundo de roldanas e carris. Depois voltavam a sair, com destino ao entreposto da cidade de Trindade. “O comboio chegava até lá acima para ir buscar o café.” Agora, o traçado férreo dá para lado nenhum. Os carris que ainda sobrevivem entram na terra. A erva já tomou conta e escondeu-os. Resistem poucos centímetros fora das portas dos armazéns. Os restantes desapareceram ao longo dos anos, à semelhança do que aconteceu em toda a ilha, sobretudo na altura da independência. Foram sendo arrancados como símbolo do fim da colonização, vendidos para o exterior ou aproveitados para estruturas de casas.
No tempo em que a exploração agrícola feita pelos colonos portugueses em São Tomé e Príncipe estava no auge, no século XIX, a rede ferroviária contava com mais de 200km de carris, numa ilha com cerca de 900km2 (mais pequena que a área da Grande Lisboa). Agora, é inexistente. Pontuam aqui e ali sinais de que passaram em tempos comboios, mas poucos são os que ainda têm memória de os usar. Como prova de tempos que já lá vão, existe a antiga garagem de comboios no centro da capital São Tomé. Foi desactivada e só voltou a abrir como Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopias (CACAU) da ilha. Dos comboios restam apenas fotografias.
O fim dos carris é apenas um dos sinais da decadência económica das roças são-tomenses. Votadas ao abandono agrícola, são, no entanto, habitadas por milhares de pessoas que ou trabalham na cidade mais próxima ou estão desempregadas. Os números do Governo dizem que São Tomé tem 12,3% de taxa de desemprego, mas as estatísticas têm alguns problemas na identificação do trabalho formal e informal. Problemas nos dados sobre o país que começam logo no apuramento ao certo da população total.
“O colono deixou isto”
A nacionalização das roças foi, para Paulino, o símbolo da destruição daquela onde nasceu. Antes, tinha “ordem”, “agora não há ordem, cada qual faz o que quer”, diz. E a ordem de antigamente implicava também o trabalho de sol a sol, a distribuição de carne de 15 em 15 dias, o pagamento de salário que pouco mais dava do que para comprar vinho e a distribuição de açoites, dados com frequência pelos capatazes aos “malandros”. O homem que trabalhou para colonos, que prolongaram a escravatura, oficial e oficiosa, quase até à independência de 1975, e agora conta a história da roça a quem a visita, não tem esperança de que esta paisagem de abandono mude no futuro próximo.
A cada 30 de Setembro, o país celebra o Dia da Reforma Agrária, antes denominado Dia da Nacionalização das Roças, sem orgulho naqueles espaços praticamente abandonados nos campos, em que os cacauzeiros e os pés de café que não são trabalhados se perdem na vegetação que vai crescendo e tomando conta do espaço. “Agora é gente que está a viver aqui”, conta Paulino. “Eu trabalhei muito… a carregar cacau, trabalhei na oficina e na administração”, vai dizendo, enquanto mostra os espaços que agora não têm a utilização para que foram construídos.
“Aqui era a casa dos trabalhadores. O colono deixou isto. É pena, a criança que está a nascer agora não vai saber de nada”, diz, à medida que se encaminha para a antiga zona da administração e que é agora uma sala com algumas sacas de café. Há poucos dias chegou uma máquina nova para o secar. Uma associação está a tentar produzir e exportar café de alta qualidade, reactivando aos poucos uma roça que estava abandonada. A Cooperativa de Exportação de Café Biológico Cecafeb junta pequenos produtores de café daquela roça para melhorar a vida da comunidade e já consegue produzir diferentes tipos (arábica, robusta ou bourbon).
Adiante desponta a antiga senzala, agora dividida em pequenas casas, se se pode chamar assim, onde é visível a roupa estendida e os panos a fazer de janelas e portas e muita, muita gente a deambular. Mais uns passos. “Aqui era o hospital”, onde nasceu Paulino e que na maior parte das roças de São Tomé era o edifício maior e com a localização mais imponente. Agora, tornou-se creche, por onde passam as muitas crianças que ali nascem todos os anos. Outro hospital, noutras roças como a de Agostinho Neto, a maior do país, está a ser pilhado — até os pilares, que são a única coisa que resta com as paredes, estão a ser retirados para serem vendidos —, foi tomado e divide-se em casas que desenrascam as inúmeras famílias que nascem ao sabor da acelerada natalidade do país. O Doutor Paulino, aos 82 anos, é um exemplo da explosão demográfica. Tem dez filhos e “sessenta e tal netos”. “Está a ver? Foi um bom trabalho”, diz, soltando no fim uma gargalhada.
Para Paulino, ter muitos filhos é motivo de orgulho e gabarolice, ele que tem a sorte de ser bem tratado por todos e de servir de exemplo. Para São Tomé, mostra dois dramas cada vez maiores e entrelaçados entre si: a explosão da juventude e os maus tratos na velhice.
Um barril de pólvora demográfico
Na televisão, aparece o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, que voltou a vencer as eleições do último domingo, a inaugurar uma irrigação pública para agricultura no Norte do país. Com esta medida, muitas famílias, diz, podem ter água para as suas culturas. Mas o problema, à beira daquela obra, é o mesmo que se multiplica pelas ilhas do arquipélago: a falta de terras para grande parte da população e a falta de trabalho. Patrice Trovoada, que lidera o ADI (Acção Democrática Independente), partido que venceu sem maioria absoluta as eleições de 7 de Outubro, promete rever um dos principais problemas de São Tomé, que tem que ver com redistribuição de terras. O assunto é recorrente nos últimos anos e já deu origem a vários conflitos no país, como quando anteriores governos quiseram retirar o direito de exploração de terras a quem não as explora na verdade.
O mapa da propriedade de São Tomé deixou de ser uma divisão por grandes parcelas (roças), propriedades dos colonos (estima-se que existiam 150 roças em São Tomé, a grande parte do território privado do país), para ser agora caracterizado pela existência de milhares de pequenos terrenos, sem escala, muitos deles propriedade do Estado explorados por particulares, e as poucas roças, abandonadas ou dadas à exploração por empresários. Esta nova divisão territorial resulta da nacionalização das roças e de um longo e demorado processo de distribuição de terrenos pelos são-tomenses, que se iniciou no final do século passado. A nova realidade do território, virada uma nova geração, cria problemas estruturais, como é com frequência referido por técnicos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
“Já foi dividido. Quem tem tem e eu não tenho”, lamenta Etson Van Dunem. O sobrenome que partilha com a ministra portuguesa da Justiça, diz que por causa de uma tetravó comum, de nada lhe vale. À beira da larga estrada de pedra, imagem de marca da famosa roça Agostinho Neto, antes Rio D’Ouro, vende artesanato e é com o dinheiro dos poucos turistas que ali vão e lhe compram uma ou outra peça que consegue sustentar o casal de filhos.
Aos 35 anos, Etson tem poucos filhos, quando se compara o seu agregado familiar com o dos seus mais de mil vizinhos naquela roça. Etson está por aqui porque a Agostinho Neto foi a única roça que não viu os seus terrenos serem distribuídos pelos cidadãos. A terra é de todos e de ninguém. “Na altura da independência, podia ter ganho uma parcela e crescia uma banana e dava para sustentar. O pessoal mais velho diz que antes era melhor, mas agora também é bom porque temos liberdade. Eu sinto que está melhor, a única dificuldade tem que ver com a alimentação e com o emprego. Tudo isso vai levar tempo”, lamenta.
Sem a fruta-pão, a matabala, a jaca e a banana saídas da terra e sem dinheiro para as comprar, aumenta a pobreza, sobretudo nas novas gerações. “Não morrem de fome [porque há fruta]? Vou semear onde? Tenho de ter terreno. Os lotes agora são privados, temos de os comprar” e não há dinheiro para isso.
Os mais jovens queixam-se da dificuldade que têm em conseguir ter comida, porque, se não herdaram ou se já não vivem com os pais, não têm terras e grande parte deles também não tem emprego. Esta colisão entre interesses das várias gerações provoca alguns problemas sociais que se prolongam há décadas e que se acentuam com a pressão que o aumento demográfico faz aos recursos destas pequenas ilhas. Dados do Banco Mundial mostram que da década de 1960 para o ano de 2017 a população são-tomense mais do que triplicou, passando de 64.200 pessoas em 1960 para 204 mil no ano passado. Neste crescimento, é preciso ter em conta os fluxos migratórios, mas grande parte da explosão demográfica explica-se pela redução da mortalidade infantil, pelo aumento da esperança média de vida e pela quantidade de filhos por família.
A sociedade são-tomense mostra cada vez mais, dizem vários envolvidos em instituições sociais, graves sinais de deslaçamento entre as gerações, com frequência dentro da própria família, um problema para a coesão social e para o desenvolvimento. Parte desse deslaçamento é explicado por ser uma sociedade onde há uma grande poligamia (dos homens), cada um tem filhos de várias mulheres e estas, quando têm novo companheiro, são culturalmente impelidas a ter um filho nesse casamento para que possam ser consideradas mulheres do novo marido. Esta acaba por ser a explicação para uma grande quantidade de famílias desestruturadas, em que a mulher toma conta dos filhos e em que há uma falha na relação entre os homens e os descendentes.
Mostra também um deslaçamento que tem raiz na história. Sem população nativa, as origens dos são-tomenses são variadas, por ter sido um importante entreposto do comércio de escravos durante séculos, mas também porque, para trabalhar nas roças no século XIX e XX, chegaram àquele país muitos trabalhadores vindo das então colónias portuguesas, o que separou muitas famílias. E provocou um problema que parece difícil de resolver: a maneira como se tratam as mulheres, sobretudo as mais velhas.
As “feiticeiras” dos cabelos brancos
Hermínia tem cinco filhos que sobreviveram aos dez partos que teve. “Os meus filhos são maus”, desabafa com desespero na voz. A conversa não é coerente, fica irritada a tentar contar a história de como foi abandonada pelos filhos, mas a desconexão do pensamento de Hermínia, de 65 anos, deixa apenas transparecer a tristeza que carrega por não ser visitada por nenhum dos descendentes, de quem cuidou sempre e que, quando o tabuleiro da vida deu a volta para ser ela a precisar de ser cuidada, a maltrataram e abandonaram. Chamaram-lhe “feiticeira”.
Foi recolhida pelo lar Simoa Godinho, no bairro do Hospital na cidade de São Tomé, que há anos acolhe idosos abandonados, uma obra apoiada pela Cooperação Portuguesa da área do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Começou por ter 50 vagas e agora já vai em 90 utentes e uma lista de espera de outros tantos. Os números impressionam se se pensar que a população com mais de 65 anos não ultrapassa as 5900 pessoas em todo o arquipélago. De acordo com os dados do Banco Mundial, a população acima de 65 anos, que representa 2,9% da população total do país, está a cair desde 2005, o que pode significar que houve uma mudança na qualidade de vida dos mais velhos e deixa também transparecer a necessidade de resolver os cuidados para esta franja da população.
É para isto que alerta há anos Elsa Viana, directora do lar Simoa Godinho, onde está Hermínia. “Temos experiências de idosos que chegaram aqui porque vieram com uma perna partida, com um braço partido, porque a comunidade ou a família achou que era uma feiticeira”, conta a responsável pelo lar.
As mulheres mais velhas são muitas vezes chamadas “feiticeiras”, basta alguém sonhar que estava a fazer mal aos filhos ou aos netos ou “assim que as mulheres têm cabelos brancos…”. No caso das mulheres, ficarem grisalhas pode ser um problema em algumas comunidades, sobretudo as urbanas e mais pobres. Este fenómeno não é recente, mas tem-se agravado junto daqueles que não têm recursos. Há uma franja muito pequena da população que tem direito a reforma, e esse valor, residual para os gastos do quotidiano, empurra muitos idosos para a mendicidade. “Na conjuntura actual, as pessoas têm tido dificuldades em poder manter o idoso e a única forma [que encontram] é expulsar, porque acham que é um fardo e é mais um que têm de sustentar”, acrescenta Elsa, que conta que é frequente encontrar idosos a pedir junto aos mercados na capital. São estes os mais vulneráveis aos maus tratos e às acusações de feitiçaria.
Um cenário que condiz com uma das conclusões de um estudo sobre o tema, que deu origem ao livro Os Filhos não Ligam. Os Filhos não Visitam. O Abandono dos Idosos em São Tomé e Príncipe, de Cristina Rodrigues (ISCTE). “Aqueles que são conotados com práticas de feitiçaria são quase sempre idosos que pedem esmola em vários locais”, pode ler-se no estudo.
Quando o P2 esteve em São Tomé e Príncipe, corria de boca em boca a história de uma mulher em Santo Amaro, vítima de maus tratos severos, que lhe provocaram a morte às mãos da violência de um sobrinho.
O abandono, os maus tratos e a violência que por vezes termina da pior maneira — há descrições de rituais em que os idosos são envenenados — tem sido uma preocupação de várias organizações não-governamentais que estão no país há anos. “Não creio que seja por maldade, mas por falta de condições; aqui, uma pessoa quando é mais velha, como não rende, chamam-lhe feiticeira e já não é aceite no meio familiar como deveria ser. Alguns até são, mas depois há muitos que são atirados à sua sorte”, conta a irmã Lúcia, que lidera o Projecto de Desenvolvimento Integrado para o Distrito de Lembá, da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, um projecto apoiado a 100% por Portugal, através da Cooperação Portuguesa.
Apelidar alguém de feiticeiro é acreditar numa força superior, em poderes mágicos malévolos que se apoderam de alguns mais velhos e em que os próprios, muitas vezes, acabam por acreditar, sucumbindo ao fado que é ter sido escolhido para, sem saber como, praticar ou provocar o mal. O bispo Manuel dos Santos, que está em São Tomé há mais de dez anos, faz uma ligação directa a estas crenças com o facto de haver uma realidade social onde proliferam várias igrejas, vários credos e muito paganismo, apesar de os números oficiais continuarem a dar a Igreja Católica como dominante.
Sendo um assunto amplamente debatido há largos anos, o bispo de São Tomé acredita que neste momento se verifica uma “involução”. “Eu diria que hoje no mundo voltaram a aparecer determinadas ideias algo esotéricas, mágicas, primitivistas. Essa cultura, algo primitivista, não ajuda a evoluir neste campo, bem pelo contrário. Quando se entra numa cultura dualista, de forças boas/forças más, de uma certa ideia pagã da vida, onde existem forças positivas e negativas, onde existem bons espíritos e maus espíritos, não ajuda a uma evolução”, refere em conversa com o P2.
Esta relação com os idosos pode parecer, à primeira vista, uma especificidade de São Tomé e Príncipe, mas para o bispo tem uma raiz na cultura africana. “Estamos numa cultura típica de África em que a doença ou a morte têm de ter uma explicação. Alguém tem de ser culpado. Muitas vezes são os idosos que sofrem essas consequências. Às vezes, os próprios pensam que podem ser, porque ser feiticeiro não se escolhe, acontece. E então é o próprio idoso que acabava por aceitar a sua sorte e viver essa dificuldade na sua vida.”
Esta ligação aos costumes e à cultura, em que a religião tem papel central, é também uma das conclusões a que chega a investigadora Cristina Rodrigues, que revela que há uma “estreita ligação” entre “o abandono de idosos e os valores e crenças tradicionais, em oposição aos valores introduzidos pelos modelos ocidentais e pela educação formal”, concluindo que as acusações de feitiçaria são mais frequentes quando estão na base “elemento relativos à condição económica, encontrando-se estreitamente conotada com a miséria e a pobreza que a aparência dos idosos e os seus actos revelam”.
Do ponto de vista político, assume-se que este é um problema, que só pode ser combatido com mais educação nas escolas. Mas mudar costumes é como remar contra uma maré de correntes de águas vivas. Com a “globalização cultural, muitas vezes os nossos jovens já não seguem esta tradição que seguíamos no passado” de cuidar da família e por isso, diz o ministro do Emprego e dos Assuntos Sociais de São Tomé, Emílio Lima, é “necessário, provavelmente mudarmos os aspectos que têm que ver com a educação e a preparação da nossa sociedade, para podermos integrar aqueles que cuidaram de nós no passado e que hoje precisam que sejamos nós a cuidar deles”, refere em conversa com o P2.
Raras são as respostas que são dadas a estes problemas que assolam a sociedade de São Tomé — todos eles enraizados na pobreza do país —, que tem dificuldades em encontrar um caminho para um desenvolvimento económico que amenize o drama social que se acentua a cada ano que passa.
O P2 viajou a convite do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social