SAD do Benfica alega "total desconhecimento" no caso E-toupeira

"Encarnados" requereram a abertura de instrução do processo, negando conhecimento dos factos imputados a Paulo Gonçalves e aos outros arguidos.

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JOSE COELHO/LUSA

A SAD do Benfica requereu a abertura de instrução do processo E-toupeira, alegando que a acusação do Ministério Público é infundada e que terá de cair. Se o juiz de instrução criminal responsável pelo caso nesta fase lhe der razão, a SAD não chegará a ser julgada em tribunal.

O requerimento de abertura de instrução foi entregue esta quarta-feira no Tribunal da Comarca de Lisboa e assenta em três pontos essenciais, nomeadamente o desconhecimento, por parte dos responsáveis da sociedade anónima desportiva, dos factos imputados ao seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e restantes dois arguidos, ambos funcionários judiciais.

A defesa alega "total desconhecimento da Benfica SAD dos factos imputados e inexistência de qualquer intervenção ou actuação ou omissão relevantes da Benfica SAD nas matérias tratadas".

A sociedade que gere o futebol profissional 'encarnado' aponta ainda "a total ausência de elementos probatórios que liguem a Benfica SAD às actuações descritas na acusação" e a "total omissão de narração de factos concretos na acusação que permitam imputar a prática de qualquer crime à Benfica SAD, havendo ainda contradições na própria acusação".

A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes no processo E-toupeira e o seu assessor jurídico Paulo Gonçalves de 79 crimes. O Ministério Público acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção activa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.

Entre as 17 testemunhas arroladas pelo clube contam-se o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, o ex-presidente do Sporting José Sousa Cintra e também os presidentes dos Sporting de Braga, António Salvador, e do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes.