Marcelo "tem sabido estar nos bons e maus momentos”
Paulo Cafôfo elenca algumas prioridades para a região: o novo hospital, baixar os juros da dívida da Madeira, e uma mobilidade aérea e marítima mais eficaz.
Leia aqui a entrevista a Paulo Cafôfo.
Apesar de se desdobrar em elogios ao primeiro-ministro António Costa pelos resultados que tem tido no Governo, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, também reconhece que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem estado à altura de circunstâncias difíceis como as que o país atravessou com os incêndios – e que também não pouparam a Madeira.
“O Presidente da República tem sabido estar nos bons e maus momentos e isso é muito importante, para alguém que tem as responsabilidades no cargo maior do nosso país. Tem um papel de influência, de exercer uma estrutura de influência mesmo sobre o Governo, mas também deste apoio que dá, que é muito importante, as pessoas sentirem esta proximidade de um Presidente que não está refém em Belém, mas está próximo das pessoas”, diz ao PÚBLICO Paulo Cafôfo que, apesar de concorrer como independente pelo PS ao governo regional da Madeira, nunca foi militante.
Sobre os temas que considera prioritários para a região, encontram-se o novo hospital, que salientou ter sido aprovado como Projecto de Interesse Comum, a questão da dívida e também da mobilidade, seja aérea, seja marítima. Culpa o PSD pelos juros “elevados” da dívida da Madeira e acusa o governo regional liderado por Miguel Albuquerque de não querer chegar a um acordo com o governo da República para baixá-los. Por isso, entende que o governo da República deve baixar os juros, “de imediato”, mesmo sem o acordo do governo regional quanto ao valor. “Não podemos estar à espera do governo regional, porque não tem interesse absolutamente nenhum em resolver essa situação”, acrescenta.
Também sobre a mobilidade aérea, não poupa críticas ao adversário, o social-democrata Miguel Albuquerque, acusando-o, mais uma vez, de entrar em conflito com o Governo de Lisboa e impedir a resolução do problema. “Este imobilismo tem de ter, por parte do Governo da República, uma acção que é a implementação de um novo modelo que, para mim, tem de ser muito idêntico àquele que já se passa em outro arquipélago, nas ilhas Canárias. E que será uma comparticipação percentual, até 75% do preço das viagens”, diz.
Quanto ao ferry, defende que uma linha até Lisboa teria “maior volume de passageiros” do aquela que opera até Portimão, que deveria funcionar o ano todo e que o Estado também deve comparticipar o modelo: “A questão do ferry tem de ser resolvida e o Estado tem de comparticipar no modelo de transporte marítimo como comparticipa no modelo de transporte aéreo”, afirma.