Mais do que as palavras das peças, nos guiões, nos romances ou nos poemas, era na pintura que Tennessee Williams (1911-1983) registava alguns dos seus sentimentos mais íntimos e resguardados. Isto apesar de esta ser raramente vista pelo público em geral.
O autor de Gata em Telhado de Zinco Quente e Um Eléctrico Chamado Desejo raramente falava explicitamente da sua homossexualidade e desejos sexuais, a não ser ocasionalmente nos contos e muito abertamente nos quadros que pintava em Key West, na Flórida, onde passava parte do seu tempo e onde, dizia, trabalhava melhor do que em qualquer outro lado – apesar da violência homofóbica de que ele e os amigos eram frequentemente alvo. No fim da carreira, quando deixou a escrita de lado, continuou sempre a pintar.
Até 7 de Outubro, nove desses quadros do artista, que eram dados ou vendidos a amigos, galerias locais, turistas ou simplesmente atiradas para o lixo pelo autor, um dos dramaturgos mais importantes do século XX, podem ser vistas no Jewish Museu of Florida - Florida International University, em Miami. Fazem parte da colecção permanente da Tennessee Williams Key West Exhibit, na própria cidade onde foram pintadas.