Apenas três dos oito prédios do Ministério da Saúde foram arrematados
Prédio da ADECO ficou fora do leilão depois da câmara ter garantido que ficaria com o imóvel.
O leilão dos prédios do Centro Hospitalar de Lisboa Centro, anunciado na semana passada, acabou com apenas três dos oito imóveis que estavam listados para licitação arrematados. O património está espalhado por várias zonas da cidade.
Um terreno vago no número 188 da Rua do Século foi o lote que suscitou mais interesse, tendo sido arrematado por 809 mil euros, 170 mil euros acima do seu valor-base. O número 42 da Travessa do Cabral foi outro dos imóveis que recebeu atenção por parte das poucas pessoas que acorreram ao auditório do Alto dos Moinhos, em Lisboa. O prédio foi arrematado por 370 mil euros, perto do seu valor base de licitação que estava fixado nos 340 mil euros. O terreno situado no Largo da Ajuda também foi outro dos lotes arrematados mantendo-se no seu valor base, que era de 533 mil euros.
Os restantes cinco imóveis que ficaram sem interessados poderiam ter significado um encaixe de 5,36 milhões de euros para o CHLC. A soma das vendas deste leilão representa um total de 1,7 milhões de euros que entra agora nos cofres do centro hospitalar da capital. O prédio mais valioso do lote, localizado na Rua Arco da Graça, não chegou sequer a ser licitado pelo valor estipulado de 2,4 milhões de euros.
Os dois terrenos vendidos não levantam questões sobre a existência de moradores. Contudo, o prédio da Travessa do Cabral, junto a Santa Catarina, alberga um morador idoso que tem um contrato de arrendamento por período indeterminado. O edifício tem ainda dois andares desocupados.
O edifício em que funciona a ADECO, uma creche actualmente com 86 alunos, ficou de fora da lista de propriedades para venda após a câmara ter assegurado, na semana passada, a sua compra. Esta era uma reivindicação do PCP, que temia que a associação educativa fosse despejada devido à venda do imóvel. Fernando Medina garantiu que será celebrado um novo contrato de arrendamento ou que venderá o edifício à ADECO.
Por sua vez, o Bloco de Esquerda viu cair por terra a sua pretensão de que a câmara participasse no leilão para ficar com todos os prédios e fizesse deles habitação com rendas acessíveis.
À saída do auditório, um dos licitadores queixava-se que o CHCL não soube publicitar de forma adequada o leilão e que essa poderá ter sido uma das razões para se registar tão pouca afluência e vendas.
Alguns dos participantes inscreveram-se apenas momentos antes do início do leilão, tendo sido esse o motivo para o ligeiro atraso que se registou na abertura da sessão.
Texto editado por Ana Fernandes