Ryder Cup em Paris sob o signo de Tiger Woods

Aos 42 anos, o californiano faz a sua primeira aparição em seis anos como jogador no mediático duelo entre Europa e EUA.

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A cerimónia de apresentação das equipas que vão competir na Ryder Cup Reuters/CARL RECINE

É já nesta sexta-feira que tem início, decorrendo até domingo, a prova-rainha do golfe e uma das mais mediáticas do desporto mundial. A Ryder Cup coloca frente a frente, a cada dois anos, as equipas dos EUA e da Europa e renova nos adeptos do golfe um espírito de regresso à essência deste desporto, bem como a uma rivalidade sem igual, desta vez apimentada, em Paris, pelo inimaginável regresso de Tiger Woods ao seu melhor e quatro dias depois de ter vencido o Tour Championship em Atlanta para o seu primeiro triunfo desde 2013.

A 42.ª edição disputa-se na capital francesa, no Le Golf National, com capacidade para 80 mil espectadores. Os norte-americanos, detentores do troféu, não vencem fora desde 1993, em Inglaterra, já lá vai um quarto de século. E Tiger Woods, cuja última participação foi em 2012 (mas que foi assistente do capitão na vitória em casa em 2016) não vence como jogador desde 1999 (a prova passou para anos pares após os atentados do 11 de Setembro). Um papel crucial numa eventual vitória dos EUA seria a cereja no topo do bolo.

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“Não ganhar como jogador desde 1999 é algo que esperamos poder mudar”, disse Woods. "Foi bom fazer parte da equipa em 2016, ajudar os jogadores de qualquer maneira que eu pudesse, para que eles se sentissem confortáveis, mas como jogador concentras-te no parceiro de jogo com quem está a jogar e em ganhar o teu ponto”, acrescentou o californiano, cujo registo na Ryder Cup é forte em singulares (quatro vitórias, dois empates e uma derrota) mas fraco em pares (9 vitórias, 16 derrotas e um empate).

O Le Golf National parece perfeito para dar continuidade ao seu jogo soberbo. Estreito nos fairways e cheio de perigos, o circuito dispensa o driver deixando os jogadores atacarem os greens praticamente dos mesmos pontos, o que favorece o jogo de ferros de Woods, que parece a caminho de se tornar novamente o melhor do mundo. Resta saber se, com 42 anos e um corpo massacrado por lesões, terá pedalada para duas partidas de pares por dia, antes dos singles de domingo.

O certo é que o capitão dos EUA, Jim Furyk, foi buscar Phil Mickelson, de 48 anos, como uma das suas quatro escolhas, a par de Woods, Bryson DeChambeau e Tony Finau – e se Mickelson e Woods, juntos, somam 100 anos de idade, também somam 172 vitórias em conjunto, se bem que o palmarés do primeiro na Ryder Cup seja, como o do segundo, negativo: 21,5 pontos em 45 jogos, bom para uma percentagem de 48% de eficácia.

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Domingo passado, no último dia do Tour Championship, Tiger Woods deixou na sombra as duas principais figuras europeias, Rory McIlroy e Justin Rose.

“É um bom estímulo para todos, e acho que para o Tiger, em particular, é muito bom, mas alguém com o seu estatuto e palmarés pode virar a página e voltar a sua atenção para esta semana. Ele está a tentar ajudar a nossa equipa no máximo que puder”, disse Furyk.

Em teoria, os EUA são mais fortes: 11 dos seus 12 jogadores estão entre os 17 primeiros do ranking mundial, incluindo seis no "top-10", contra apenas seis da Europa no "top-20" (incluindo quatro no "top-10"). Os americanos serão também mais experientes, apesar de terem sete jogadores na faixa etária dos 20: apenas dois estreantes na equipa (DeChambeau e Finau), contra cinco da Europa (Hatton, Olesen, Noren, Rahm e Fleetwood).

Mas, na verdade, a Europa foi sempre inferior no papel e isso não a impediu de, entre 2002 e 2014, fruto de um grande companheirismo face a um maior individualismo dos americanos, sair sempre com a Ryder Cup nas mãos. Este ano volta a contar com o apoio do público na tentativa de recuperar o troféu.

Sexta-feira e sábado, jogam-se quatro partidas de pares de manhã (fourball, à melhor bola) e outras tantas de tarde (em foursomes, pancadas alternadas, com uma só bola). No domingo, chegam os 12 encontros de singulares. Em cada jogo, é atribuído um ponto pela vitória e meio ponto pelo empate. Com 28 pontos em disputa, vence a equipa que primeiro ultrapassar os 14. Em caso de empate, o troféu mantém-se na posse dos anteriores detentores.

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