Reserva Federal anuncia subida das taxas de juro nos EUA

A Reserva Federal (Fed) norte-americana decidiu hoje subir as taxas de juro em 25 pontos base, o terceiro aumento desde o início do ano.

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Reuters/Mary Calvert

Com a economia a manter um ritmo de crescimento forte e a taxa de desemprego a caminhar para mínimos, a Reserva Federal norte-americana correspondeu esta sexta-feira às expectativas dos mercados e voltou a subir as suas taxas de juro de referencia.

A taxa de juro da Fed fica agora num intervalo entre 2% e 2,25%, um valor um quarto de ponto acima do que se verificava anteriormente.

A subida é a terceira deste ano e a Fed continua a apontar para a possibilidade de realizar mais uma subida em Dezembro e mais três durante o próximo ano.

No comunicado publicado no momento do anúncio da alteração de taxas, a entidade liderada por Jerome Powell deu ainda um outro passo simbólico importante ao retirar, pela primeira vez desde o início da crise financeira internacional, a expressão “acomodatícia” ao descrever a sua política monetária. Este facto revela que a autoridade monetária norte-americana está convencida que, ao fim de muitos anos de uma política extraordinariamente expansionista, se entrou de forma definitiva noutra era.

A subida de taxas era largamente esperada pelos mercados, tendo em conta o que tem sido a evolução da economia norte-americana nos últimos meses. Apesar de ainda não se registarem sinais de existência de pressões inflacionistas fortes, há indicadores cada vez mais claros da força da recuperação da economia, que acontece a par com um dinamismo muito acentuado do mercado de trabalho. Nem mesmo o clima de incerteza gerado nos mercados pela política comercial proteccionista da Administração Trump tem evitado a consolidação de uma conjuntura positiva, o que dá mais confiança à Fed para retirar os estímulos.

Nesta fase, o maior risco desta política mais restritiva está no impacto que a subida de taxas de juro da Fed pode ter nos mercados emergentes. Taxas mais altas tornam o investimento nos EUA mais atractivo, o que tem vindo a conduzir a um regresso de investidores que nos últimos anos foram à procura de rentabilidades mais altas nas economias emergentes. A consequente apreciação do dólar pode colocar as economias e divisas mais frágeis em problemas.

É este fenómeno que ajuda a explicar aquilo que aconteceu nos últimos meses na Argentina e na Turquia e que tem causado também desequilíbrios noutras economias, como a indiana ou a sul-africana.

Para a zona euro, a subida de taxas da Fed oferece também mais espaço de manobra ao Banco Central Europeu para continuar a sua própria retirada de uma política ultra-expansionista, que está bastante mais atrasada que a da Fed. com Lusa

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