Laboratório pioneiro em Coimbra é mais um esforço do país no combate ao cancro

Laboratório de terapia celular está instalado na antiga Faculdade de Medicina do Polo I da Universidade de Coimbra. Já arrancou um primeiro projecto de investigação para o desenvolvimento de tratamento de tumores no pâncreas e pulmão.

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Laboratório está instalado na antiga Faculdade de Medicina do Polo I da Universidade de Coimbra LUSA/PAULO NOVAIS
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Segundo Manuel Heitor, trata-se de "mais um projecto que vem contribuir para este esforço europeu e para Portugal se inserir no melhor que se faz na Europa no combate ao cancro" LUSA/PAULO NOVAIS

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse nesta terça-feira que o novo e pioneiro laboratório de terapia celular da Universidade de Coimbra (UC) representa mais um esforço do país no combate ao cancro.

Inaugurado na antiga Faculdade de Medicina do Polo I da UC, o laboratório resulta de uma parceria com a farmacêutica Tecnimede, que possibilitou já o arranque de um primeiro projecto de investigação para o desenvolvimento de tratamento de tumores no pâncreas e pulmão.

"Portugal tem-se inserido nesta missão europeia de reduzir em mais de 50% as mortes por cancro para chegarmos a 2030 com três em cada quatro doentes cancerígenos com uma perspectiva longa de vida", disse o ministro.

Segundo Manuel Heitor, trata-se de "mais um projecto que vem contribuir para este esforço europeu e para Portugal se inserir no melhor que se faz na Europa no combate ao cancro".

"Este projecto é particularmente importante no âmbito da criação da nova agência de investigação clínica e inovação biomédica e pelo esforço na área clínica, que são áreas emergentes, em que precisamos efectivamente de reforçar as áreas de investigação clínica e inovação biomédica", frisou aos jornalistas.

O laboratório UpCells encontra-se já a verificar a viabilidade de produção de medicamentos a partir de células dendríticas com aplicação no tratamento de tumores pancreáticos e das "não pequenas células do pulmão", num investimento superior a 10 milhões de euros.

De acordo com João Serra, responsável técnico da Tecnimede, o projecto ImmunoDC@cancerstemcells prevê que dentro de 24 a 36 meses haja uma vacina de células dendríticas "com potencial para ser integrada num programa de ensaios clínicos".

"Depois de desenvolvida em laboratório, a vacina terá de ser testada in vitro e em humanos e existem entidades específicas para efectuar estes ensaios clínicos a nível nacional e internacional", explicou.

A unidade piloto, a única do género a ser instalada em universidades portuguesas, de acordo com o reitor João Gabriel Silva, conta com "quatro a cinco investigadores da farmacêutica Tecnimede e outras tantas da UC".

Nesta fase, refere João Serra, "estamos focados no tratamento do carcinoma do pâncreas e pulmão devido à falta de eficácia dos tratamentos convencionais".