Universidade do Porto lança primeiro doutoramento do país sobre sexualidade
"Este programa vai basear-se em cinco áreas de conhecimento fundamentais: a sexologia clínica, a medicina sexual, a sexualidade e género, a área da educação sexual e ainda a saúde sexual reprodutiva", diz o coordenador.
O primeiro doutoramento em Portugal sobre Sexualidade Humana, da Universidade do Porto, arranca na sexta-feira com um seminário que junta "figuras internacionais de relevo da área para debaterem e contarem as suas experiências", afirmou o coordenador do doutoramento.
Em declarações à Lusa, Pedro Nobre, também presidente da Associação Mundial de Sexologia Humana, explicou que "além dos convidados de excelência, este seminário é o arranque do primeiro programa doutoral de Sexualidade Humana do país e da Europa".
No seminário, designado "Past, present & future of sexuality research", agendado para sexta-feira, dia 21 de Setembro, no auditório da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, está prevista a presença de sete oradores internacionais, dos quais se destacam John Brancroft, um dos históricos da sexologia e Richard Green, fundador da International Academy of Sex Research (IASR).
Durante a sessão, os oradores que têm "diferentes pontos de vista e backgrounds de informação" vão abordar questões como os aspectos fisiológicos e psicológicos da sexologia, as estratégias de prevenção, a excessiva medicalização, assim como estudos sobre a pornografia e a perspectiva biomédica.
Quanto ao novo programa doutoral da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, que conta com 20 alunos, dos quais seis são estudantes internacionais, Pedro Nobre sublinhou o seu "carácter multidisciplinar".
"Este programa vai basear-se em cinco áreas de conhecimento fundamentais: a sexologia clínica, a medicina sexual, a sexualidade e género, a área da educação sexual e ainda a saúde sexual reprodutiva", contou.
Segundo o coordenador, este doutoramento para além de promover uma "formação avançada na área da sexologia, para se fazer investigação de excelência", pretende ainda "transferir o conhecimento científico para a população".
"Esta é uma área muito importante e que atrai muitas atenções, mas infelizmente nem sempre a informação que é transmitida é baseada em conhecimentos científicos. Por isso, é também fundamental desmitificarmos estas crenças e desinformações que têm tido um impacto muito negativo na vida das pessoas", acrescentou.