“Já era tempo de termos umas medidazinhas fiscais" para o arrendamento
Câmara diz não conseguir comprar prédios que Ministério da Saúde está a leiloar.
Numa tarde em que Medina fez declarações em catadupa, fez também uma sobre o leilão de nove prédios do Centro Hospitalar de Lisboa Central: a câmara vai comprar, pelo preço-base de 1,7 milhões, o edifício em que funciona a ADECO, uma creche actualmente com 86 alunos. Esta era uma reivindicação do PCP, que temia que a associação educativa fosse despejada com a venda do imóvel. Fernando Medina garantiu agora que celebrará novo arrendamento ou que venderá o edifício à ADECO.
Por satisfazer ficará a pretensão do Bloco de Esquerda, que propunha que a câmara entrasse no leilão para ficar com todos os prédios e fazer deles habitação com rendas acessíveis. Fernando Medina chamou “absurda” a essa proposta e queixou-se que os ministérios da Saúde e das Finanças não tinham avisado previamente a autarquia desta venda. Há pouco tempo, o Ministério da Segurança Social cedeu vários prédios à câmara para aí se fazer habitação, algo que desta vez não aconteceu. “Ou o Estado central entende que temos um problema de habitação e que temos de aplicar recursos, ou então achar que a câmara se substitui ao Estado não faz sentido rigorosamente nenhum”, disse.
O Bloco congratula-se pela decisão sobre a ADECO, mas diz que não chega. “Se há abertura para diálogo no caso da ADECO, também tem de haver para os restantes prédios”, afirmou a deputada Isabel Pires, garantindo que também no Parlamento vai pressionar o Governo a alocar estes edifícios a habitação pública. “Não percebemos porque é que de repente houve esta necessidade de vender.”
Fernando Medina disse também que é preciso “colocar pressão sobre o Parlamento para aprovar rapidamente os benefícios fiscais” ao arrendamento. “Já era tempo de termos umas medidazinhas aprovadas.” Isabel Pires respondeu: “Algumas das propostas que para nós eram essenciais têm sido bloqueadas pelo PS. Já que existe esta vontade de Medina, que também ele faça pressão sobre o seu partido.”