Grupo de Arraiolos quer "mais Europa" e falou "longamente" do populismo

Reunião decorre na Letónia e os chefes de Estado estão a discutir o futuro da Europa.

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LUSA/Toms Kalnins

Os chefes de Estado da União Europeia presentes na reunião do Grupo de Arraiolos, na Letónia, defenderam "mais Europa" e falaram "longamente" sobre o populismo. "Queremos mais Europa, não menos Europa - foi esse muito o tom", relatou o Presidente da República português, referindo que "não se encontrou nada de eurocéptico" entre os presentes e acrescentando: "Devo dizer que eu próprio fiquei surpreendido pela força do discurso nesse sentido."

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no Palácio Rundale, na Letónia, no final do primeiro dia de trabalhos da 14.ª reunião do Grupo de Arraiolos, um fórum informal criado em 2003, por iniciativa do então Presidente de Portugal, Jorge Sampaio, que junta chefes de Estado da União Europeia sem poderes executivos.

Na sessão de quinta-feira participaram, além de Marcelo Rebelo de Sousa e do Presidente do país anfitrião, Raimonds Vejonis, do Partido Verde Letão, os chefes de Estado da Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Estónia, Finlândia, Grécia, Itália, Letónia, Malta e Polónia.

Segundo o chefe de Estado português, na discussão de hoje "não se encontrou nada de eurocéptico no sentido de que isto é um projecto ultrapassado, cada um de nós pega nas suas malas e vai para a sua casa, vai para a sua moeda, vai para a sua visão nacional; pelo contrário".

"É uma coisa muito curiosa, porque eram países muito diferentes, países do norte, países do sul, países do leste, países ocidentais, e houve esse ponto comum: ninguém falou em sair da União, ninguém falou em dividir a União, ninguém falou em voltar para trás, pelo contrário", realçou.

O Presidente da República adiantou que na sessão de quinta-feira também foi "tratada longamente" a questão do populismo e dos desafios que coloca à Europa e foram reafirmados os "valores que são fundamentais para o património europeu", mas "sem se estar a falar de casos específicos".