PS desmente BE e diz que só soube da “taxa Robles” na sexta-feira
Carlos César diz que não aceita “que esta norma seja apresentada como uma penitência para o Bloco de Esquerda afastar” o “fantasma” do caso Robles.
Carlos César, líder parlamentar do Partido Socialista, afirmou na noite desta terça-feira que o PS só soube “na última reunião da passada sexta-feira” entre membros do Governo e do Bloco de Esquerda, “na qual não esteve presente o ministro das Finanças mas o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais”, da proposta do Bloco de Esquerda para taxar a especulação imobiliária, a já chamada “taxa Robles”.
“E não houve nenhum compromisso da parte do Governo, nem podia haver, visto que a sede de decisão não é no momento da apresentação de propostas, mas sim no momento em que o PS e o Governo reflectem sobre a agenda negocial que vai decorrendo ao longo do tempo”, afirmou Carlos César na SIC Notícias.
Uma afirmação que desmente declarações de Catarina Martins, que por diversas vezes afirmou que o BE discute esta proposta com o Governo desde de Maio e com o ministro das Finanças, Mário Centeno, desde Julho.
César disse mesmo que “não se trata se trata de uma taxa, mas de um imposto”. E diz que a proposta “não tem mérito”.
Carlos César e o primeiro-ministro já tinham afirmado ao longo do dia que eram contra esta proposta e agora o líder da bancada parlamentar do PS afirmou mesmo de “um imposto inútil ao combate à especulação.
"Compreendo que o Bloco de Esquerda queira dissipar os efeitos os efeitos negativos que tem tido sobre o partido na sequência no caso do vereador Robles, mas não aceito que esta norma seja apresentada como uma penitência para o Bloco de Esquerda afastar este fantasma com que se confrontou”, afirmou.
Recorde-se que, ainda esta terça-feira, Catarina Martins reafirmou que a questão está a ser discutida desde Maio com o Governo e que as negociações até estão a “correr bem”.
"Esta questão das negociações emergiu por duas razões. Uma, porque o Bloco de Esquerda tem sempre um jornal em que coloca as propostas que fez no dia. Não tem importância, é uma forma de comunicação negocial própria do BE. Agora, que também ponha que o PS concorda é que já é demais. Ora, o PS não está de acordo com essa proposta”, acrescentou.
A segunda razão, diz César, é que “[O BE] tem um figurino muito próprio do figurino de comunicação” e que o PS “não se pode sujeitar a fogachos na política de habitação”.