Japão recupera após Jebi e número de mortos sobe para 11

O tufão Jebi (que significa “andorinha” em japonês) deixou um rasto de destruição no Japão que não era visto desde 1993. Às nove da manhã desta quarta-feira já não estava no arquipélago.

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As mortes e os ferimentos foram causados pelos objectos que voavam devido às rajadas de vento, bem como pelo desabamento de edifícios. LUSA/JIJI PRESS
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O Aeroporto Internacional de Kansai ainda está inundado, não havendo data para a sua reabertura. LUSA/JIJI PRESS
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Os passageiros começaram a ser retirados do Aeroporto Internacional de Kansai esta quarta-feira, pelas seis da manhã. LUSA/JIJI PRESS
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O petroleiro que embateu contra a ponte que liga o aeroporto ao arquipélago já foi rebocado. Reuters/KYODO

O tufão Jebi, que atingiu o Japão na passada terça-feira e matou 11 pessoas, feriu centenas, reteve milhares no Aeroporto Internacional de Kansai, e devastou tudo por onde passou, já não estava no arquipélago às nove da manhã desta quarta-feira. O país começou então a voltar à normalidade.

Cerca de 3000 turistas foram obrigados a pernoitar no aeroporto de Kansai devido à tempestade. Contudo, segundo um comunicado do aeroporto, às seis da manhã desta quarta-feira começaram os esforços para retirar os passageiros retidos no aeroporto ainda inundado, através de barcos e de autocarros. Ainda não há data de reabertura, o que levanta preocupações de carácter económico, já que este liga o Japão a 80 cidades no mundo.

“Passei mal. Senti-me ansiosa porque não havia informação, nem electricidade, nem comida”, desabafou uma mulher à estação de televisão NHK. Um homem na casa dos 40 anos disse: “Estou exausto, mas feliz por estar de volta em segurança”.

 A guarda costeira rebocou esta manhã o petroleiro que embateu contra a ponte que liga o aeroporto, construído numa ilha artificial, ao arquipélago. Os 11 membros da embarcação foram resgatados sem ferimentos.

Jebi, o mais forte tufão a atingir o Japão em 25 anos, fez 11 mortos e causou mais de 600 feridos, ao passar pelas regiões de Shikoku e Kansai.

“O governo continuará a fazer o possível para lidar com estas questões com a máxima urgência”, afirmou o chefe de gabinete do Governo japonês, Yoshihide Suga, numa conferência de imprensa. Segundo disse, cerca de 1,2 milhões de casas estavam sem electricidade e algumas estradas e linhas de comboio permaneciam encerradas.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, criticado pela resposta lenta face as inundações de Julho, cancelou uma visita às prefeituras de Fukuoka e Kumamoto, agendada para terça-feira, para acompanhar as operações de prevenção de catástrofes, bem como a requalificação das áreas afectadas pelo Jebi

Os socorristas estão ainda a procurar chegar a quem tenha ficado encurralado pelo Jebi, como foi o caso de dezenas de crianças que ficaram barradas por árvores caídas durante a tempestade, numa visita de estudo nas montanhas de Quioto. O telhado de um teatro tradicional e outras estruturas de importância cultural foram também danificados, por exemplo o templo Nishi-Honganji, em Quioto, considerado pela UNESCO como Património Mundial e como um dos Monumentos Históricos da Antiga Quioto.

As rajadas de vento sentidas quebraram recordes, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão, acabando por danificar as colheitas de fruta e vegetais. Também as ondas atingiram recordes nunca vistos.

O Jebi foi o fenómeno meteorológico mais violento no Japão desde as chuvas e inundações que mataram mais de 200 pessoas em Julho, ainda que desta vez os danos tenham sido causados maioritariamente pelo vento forte.

Texto editado por Ana Gomes Ferreira

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