Seguradoras apuram danos superiores a dois milhões de euros em Monchique
Do total de sinistros participados, 100 respeitam a seguros de habitações e 11 a seguros de actividades comerciais e industriais.
A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) anunciou esta quarta-feira que os danos apurados e cobertos por seguros na sequência do incêndio na serra de Monchique ultrapassam os dois milhões de euros.
De acordo com o inquérito promovido pela APS junto das empresas de seguros suas associadas, "registaram-se no total 118 sinistros cobertos por apólices de seguro, a que corresponde um valor agregado de danos (pagos ou provisionados) de 2.108.484 de euros".
Do total de sinistros participados, 100 respeitam a seguros de habitações e 11 a seguros de actividades comerciais e industriais.
Quanto a indemnizações pagas e provisionadas, 1,7 milhões de euros referem-se a danos em habitações e 269 mil euros a danos em estabelecimentos comerciais e industriais.
Segundo a APS, foram ainda registados quatro sinistros referentes a acidentes pessoais e acidentes de trabalho, num total de 7280 euros de indemnizações pagas e provisionadas.
A associação informa que até ao momento não existem participações recebidas pelas seguradoras sobre os veículos com cobertura de danos próprios.
O incêndio rural, combatido por mais de 1000 operacionais, deflagrou em Monchique (no distrito de Faro) no dia 3 de Agosto e foi dominado no dia 10, depois de afectar também o concelho vizinho de Silves e, com menor impacto, Portimão (no mesmo distrito) e Odemira (Beja).
Quarenta e uma pessoas ficaram feridas, uma das quais em estado grave.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas consumiram 27.635 hectares.
Segundo a Câmara de Monchique, arderam no concelho cerca de 16.700 hectares e os prejuízos em habitações e infra-estruturas municipais estão estimados em 10 milhões de euros.
Em Silves, a área ardida é de cerca de 10 mil hectares, essencialmente explorações suinícolas e de pecuária.
O Governo anunciou um programa de reordenamento económico da serra de Monchique, coordenado pelo município, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, propôs que a comissão técnica independente nomeada para investigar os incêndios de 2017 passe a ser permanente.