Jerónimo defende que contagem do "tempo todo" dos professores consta do OE2018

Líder comunista considera "importante" que os professores não abdiquem "daquilo que, neste momento, existe", ou seja, "a contagem do tempo todo".

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Jerónimo de Sousa LUSA/Manuel Almeida

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu neste domngo que o Governo deve contabilizar "o tempo todo" em matéria da progressão das carreiras dos professores, como já "está inscrito" no Orçamento do Estado (OE) deste ano.

"Basta olhar para o OE em vigor", afirmou o líder comunista, que discursava num almoço com militantes e simpatizantes do PCP realizado na Mina de S. Domingos, no concelho de Mértola, distrito de Beja.

Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, nesta edição do semanário Expresso, de que o Governo se comprometeu a descongelar as carreiras dos docentes, mas não a "contar o tempo enquanto durou o congelamento", Jerónimo de Sousa remeteu para o OE2018. "É verdade que PS, inicialmente, apresentou uma proposta" a que aludia à "contagem de tempo de trabalho", mas, frisou, "a verdade é que no OE em vigor" o que consta é "a contagem do tempo do trabalho" dos professores.

Segundo o líder do PCP, trata-se de "uma diferença de uma letra, mas que tem um grande significado, porque 'de' não é a mesma coisa que 'do'". Assim, o "posicionamento" do PCP é o de que "o Governo deveria levar por diante a concretização daquilo que está inscrito na Lei do Orçamento", argumentou Jerónimo de Sousa.

Embora admitindo que exista "diálogo e negociação" com os sindicatos dos professores, segundo o secretário-geral comunista, "não deveria estar em causa a questão da contagem do tempo" para as carreiras dos docentes, porque "deve ser o tempo todo", mas apenas o "prolongamento do tempo de concretização desse objectivo".

No almoço convívio na localidade de Mina de São Domingos, o líder comunista frisou aos jornalistas que, no que respeita a esta matéria, "mais do que palavra contra palavra, é o Orçamento e o seu conteúdo" que determinam "quem faz uma análise rigorosa da verdade que o OE comporta".

Questionado também sobre outra notícia do Expresso, que titula "Professores apelam a PCP e a BE para chumbar OE", Jerónimo de Sousa considerou "importante" que os professores não abdiquem "daquilo que, neste momento, existe", ou seja, "a contagem do tempo todo". "Portanto, estar a pensar num próximo futuro, abdicando deste avanço significativo em termos de lei, seria prejudicial à sua luta", disse.

O secretário-geral comunista lembrou também que a proposta de OE do Governo "ainda não existe" e que, nessa altura, é que o PCP se pronunciará sobre esse assunto. "Não conhecemos o seu conteúdo, não podemos fazer uma avaliação de uma coisa que ainda não existe", afirmou.

Mas a "reposição do tempo todo" de serviço dos professores "é uma questão que encontra resposta no orçamento em vigor", sublinhou, acrescentando: "O próximo [OE] logo se verá".