Temos chuva de estrelas no domingo à noite

Em Portugal, o fenómeno pode ser observado a partir das 23h do dia 12, quando a constelação de Perseus surge acima do horizonte. Poderá ainda ver-se os planetas Marte, Saturno e Júpiter nessa noite.

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Esta chuva de meteoros já começou com menor intensidade desde finais de Julho, como se vê aqui na Suíça a 5 de Agosto SALVATORE DI NOLFI/EPA/Lusa

A chuva de meteoros das Perseidas atingirá o seu pico na noite de domingo, 12 de Agosto, a partir das 21h, e prolonga-se até às 8h de 13 de Agosto. Em Portugal, o fenómeno pode ser observado a partir das 23h do dia 12, momento em que a constelação de Perseus surge acima do horizonte. 

As Perseidas são uma “chuva de estrelas” causada pela passagem da Terra, na sua órbita à volta do Sol, perto da zona de detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle, cuja última passagem junto à órbita do nosso planeta ocorreu em 1992. Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), a Terra passa pela zona dos detritos do cometa e estes “atingem a atmosfera e desintegram-se, provocando rápidos rastos luminosos [chuva de estrelas]”, um fenómeno que ocorre todos os anos no mês de Agosto. Este ano será possível observar cerca de 110 meteoros por hora num céu escuro, assegura o Observatório.

Esta chuva de estrelas já começou com menor intensidade desde finais de Julho, pois, segundo o OAL, a zona “no espaço onde se encontram os detritos do cometa Swift-Tuttle é vasta”.

O nome Perseidas deve-se ao facto de esta chuva de estrelas, que é considerada por muitos especialistas como a mais espectacular, atingir o seu ponto radiante precisamente na constelação de Perseus. Na mesma noite, os admiradores deste tipo de fenómenos poderão ainda observar os planetas Marte, Saturno e Júpiter, destaca o OAL.

Este ano há um factor favorável para observação deste espectáculo luminoso: a fase de Lua Nova começa a 11 de Agosto, permitindo um céu mais escuro, o que proporcionará uma observação mais límpida dos rastos luminosos produzidos pelos meteoros.

A quem queira testemunhar esta chuva de meteoros no seu esplendor, aconselha-se a que se mantenha longe das luzes artificiais e procure um vasto horizonte. Nas zonas urbanas, devido à poluição luminosa, a observação do fenómeno encontra-se mais limitada. Em contrapartida, e devido às suas características, as zonas rurais e as praias são as que permitem uma melhor visualização das famosas Perseidas. O tempo também estará favorável, pois, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA), para 12 de Agosto prevê-se céu pouco nublado em quase todo o território de Portugal Continental, à excepção do litoral na zona Centro e Norte.

No Ribatejo, o Centro de Ciência Viva de Constância estará aberto a todos aqueles que queiram observar este fenómeno. O director do centro, Máximo Ferreira, afirmou ao PÚBLICO que aqueles que queiram visitar o centro no próximo domingo à noite, para além de poderem observar a chuva de estrelas, poderão ainda assistir a “explicações aprofundadas sobre as constelações estrelares, bem como observar a constelação de Perseus a surgir no horizonte e ainda visualizar com nitidez os planetas Marte, Saturno e Júpiter”. Esta iniciativa decorrerá entre as 21h e as 24h de domingo, com entrada gratuita.

No arquipélago dos Açores, o Observatório Astronómico de Santana abrirá igualmente as suas portas a todos os que queiram assistir à chuva de meteoros e, caso as condições meteorológicas o permitam, poderá ver-se daí o fenómeno astronómico a partir das 21h locais (22h em Portugal Continental), segundo o site desta instituição. As previsões meteorológicas do IPMA dão céu muito nublado para os três grupos do arquipélago, à excepção do grupo Oriental, para onde, apesar de céu nublado, se prevêem algumas “boas abertas”.

Na ilha da Madeira, também poderá observar-se as Perseidas. Porém, as condições meteorológicas podem não ajudar, uma vez que as previsões do IPMA para este domingo apontam para céu muito nublado para todo o território madeirense. 

Para apreciar o fenómeno não é necessário nenhum equipamento específico. Basta olhar para o céu. O OAL sugere que a observação seja a feita a olho nu para que se tenha um ângulo de visão maior, de forma a desfrutar do espectáculo na sua totalidade.

Texto editado por Teresa Firmino

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