Protesto contra a exploração de petróleo quer reunir mais de 1000 pessoas

Principal objectivo é que não se realize a prospecção de petróleo em Aljezur, no distrito de Faro. A escolha da organização recaiu sobre a praia da Cova do Vapor pela proximidade com Lisboa e tendo em vista a participação de um maior número de pessoas.

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Para a organização, um dos principais riscos desta exploração de petróleo é a contínua aposta em energia fóssil Mario Lopes Pereira

Mais de mil pessoas são esperadas no sábado, na praia da Cova do Vapor, em Almada (Setúbal), num protesto contra a exploração de petróleo no Algarve, através da criação de arte aérea, informou nesta sexta-feira a organização.

"Nós estamos crentes porque no ano passado foram mil pessoas em Odeceixe e não tínhamos esta energia toda, não tínhamos tanto apoio como temos este ano. Há uma mobilização muito maior no país e isso faz-nos completamente crer que os números vão aumentar mais do que no ano passado, estamos a contar com 1000/1500 pessoas", disse à Lusa esta sexta-feira Isabel Rosa um dos membros do Tamera - Centro de Educação e Pesquisa para a Paz.

A responsável explicou que o principal objectivo do movimento é que não se realize a prospecção de petróleo em Aljezur, no distrito de Faro, mas também apresentar alternativas para o abastecimento energético.

"O principal objectivo deste protesto é realmente que o furo não aconteça em Aljezur. É uma acção política, na realidade com uma expressão criativa, não é uma coisa contra no sentido da energia de reivindicação. Sim, somos contra e é preciso parar o furo, mas também podemos apresentar alternativas", indicou. "A ideia é exactamente chamar à atenção que Portugal pode ser um pioneiro em energias alternativas por todas as condições que tem."

"Estamos a perpetuar a energia fóssil"

Para a responsável, um dos principais riscos desta exploração de petróleo é a contínua aposta em energia fóssil. "Os riscos, o primeiro de todos, em vez de começarmos realmente numa transição, é estarmos a perpetuar a procura de energia fóssil, quando na realidade já devíamos estar a começar a transição para outro tipo de energias alternativas", frisou.

Em 2017, a Tamera realizou uma acção semelhante na praia de Odeceixe. Mas este ano, segundo Isabel Rosa, a escolha recaiu sobre a praia da Cova do Vapor pela proximidade com Lisboa e tendo em vista a participação de um maior número de pessoas.

De acordo com a responsável, a arte aérea vai transmitir uma mensagem escrita contra o furo, com o desenho de um sol – que representa as energias alternativas – e um símbolo da água.

Esta sexta-feira, o apresentador João Manzarra divulgou um vídeo a apoiar este protesto. O evento inicia-se às 15h30 e termina cerca das 19h30.

Em 2017, o Governo português cancelou 10 dos 15 contratos para a prospecção de petróleo e gás, prometendo não explorar a costa do Algarve. Porém, em Janeiro deste ano, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, deu permissão para a exploração de combustíveis fósseis na costa do Algarve e Alentejo.