Mais de metade dos alunos repetiram o exame de Matemática A na 2.ª fase
Notas da 2.ª fase dos exames foram conhecidas nesta sexta-feira. História A volta a ser o exame com pior média.
Mais de metade dos alunos que realizaram o exame de Matemática A em Junho repetiram a prova na 2.ª fase, indicou nesta sexta-feira o Ministério da Educação. Mais exactamente foram 51,2% os que decidiram repetir o exame, cuja média desceu de 10,9 na 1.ª fase para 10,4 na 2.ª, embora a prova desta fase tenha sido apresentada como "mais fácil" pelas organizações de professores.
Os exames da 2.ª fase são realizados essencialmente por alunos que reprovaram na primeira temporada ou que quiseram melhorar a nota. Em Junho, o exame foi realizado por 45.433 alunos. Entre os internos, que frequentaram a escola todo o ano, a taxa de reprovações foi de 14%, uma proporção que subiu para 78% no caso dos autopropostos, que são os alunos que se propõem por si a exame por não terem frequentado a escola ou por terem anulado a matrícula por estarem em risco de chumbar ou já terem chumbado na avaliação interna.
A taxa de reprovações no exame da 2.ª fase, que teve a presença de 23.265 estudantes, foi respectivamente de 20% e 74%. Entre os alunos internos a percentagem de chumbos foi a quarta maior, numa lista que é encabeçada pela prova de História A (29%), que volta a ser, como aconteceu na 1.ª fase, a que teve a pior média das 22 disciplinas sujeitas a exames nacionais. Numa escala de 0 a 20, a média foi de 8,5 valores. Na 1.ª fase tinha sido 9,5.
À semelhança do que sucedeu com o exame de Junho, a Associação de Professores de História (APH) voltou a dar nota negativa à prova que foi proposta aos alunos e às cotações atribuídas. "A APH continua a não concordar com a alteração da cotação verificada em todos os itens, sobretudo com a discrepância entre a cotação atribuída aos itens de selecção (escolha múltipla e associação) e a cotação dos itens de composição", refere a associação no seu parecer à prova realizada a 23 de Julho.
No caso do item de composição extensa, onde se propunha aos alunos que desenvolvessem o tema A emergência de uma nova era, de finais do século XX à viragem para o século XXI, a cotação desceu dos 50 pontos habituais noutros anos para 20. A APH referiu ainda que "continua a considerar que o número total de itens [16] é excessivo para o tempo de realização da prova [2 horas e mais 30 minutos de tolerância], se se atender ao tempo necessário para ler e interpretar os documentos de suporte e para estruturar respostas, devidamente fundamentadas com as fontes históricas".
Numa nota enviada à comunicação social, o Ministério da Educação frisa que, "por regra, os resultados da 2.ª fase são inferiores aos da 1.ª, no entanto, ao contrário dos anos anteriores, os exames da 2.ª fase de algumas disciplinas apresentam resultados superiores aos observados" nas provas realizadas em Junho. Foi o que se passou na prova de Física e Química A, que os professores apresentaram também como tendo sido "mais fácil" do que a realizada na 1ª fase: a média dos alunos internos passou de 10,6 para 11,4.
Houve também subidas a História da Cultura e das Artes (de 9,6 para 11,5), a Espanhol (de 14 para 14,5) e a Geometria Descritiva A (de 11,4 para 12,8). O ministério chama também a atenção para este facto: "os dados relativos às taxas de reprovação dos alunos internos, nesta 2.ª fase, mostram que uma significativa percentagem dos que não tinham conseguido obter aprovação na 1.ª fase conseguiu agora" ficar aprovado. Destacam-se neste campo "as disciplina de História e Cultura das Artes, com 91% de taxa de aprovação dos alunos internos, bem como de Biologia e Geologia e de Geometria Descritiva A com, respectivamente, 90% e 89%".
As notas agora conhecidas não podem ser utilizadas na 1.ª fase do concurso nacional de acesso, que termina a 7 de Agosto e está a registar uma quebra de candidatos que, segundo responsáveis do sector ouvidos pelo PÚBLICO, terá sido motivada pelos maus resultados na 1.ª fase dos exames do ensino secundário.
Menos provas
Apesar da descida na taxa de reprovações, a Biologia e Geologia a média desceu dos 10,9 obtidos na 1.ª fase para 9,6%, um valor inferior ao registado na 2.º fase de 2017 (10,9). A Português a média também desceu: passou de 11 valores para 10,2.
No conjunto, frisa ainda o ministério, na 2.ª fase foram realizadas 115.021 provas, registando-se assim uma diminuição por comparação ao ano passado, que contou com 120.866 provas. Apesar de estarem entre os exames mais concorridos, a Física e Química A e a Biologia e Geologia, houve uma redução do número de provas em cerca de, respectivamente, 2400 e 2800 provas. Nos dois primeiros lugares das provas com mais provas continuam a figurar Matemática A (23.265) e Português (21.558).
Nesta sexta-feira foram também conhecidos os resultados da 2.ª fase das provas de Português e de Matemática do 9.º ano de escolaridade. O Ministério da Educação lembra que esta fase destinou-se aos alunos que se encontravam em situação de não aprovação. A Português a média foi de 51 pontos e a de Matemática ficou-se apenas nos 21, numa escala que vai até 100.
Estas provas foram realizadas por cerca de três mil alunos, quando na 1.ª fase se chegou quase aos 100.000. A média da prova de Português nesta fase (66 pontos) foi uma das melhores de sempre. Já os resultados a Matemática (47 pontos) estão entre os piores registados em 19 anos de exames do 9.º ano.