Caçadores vão ser envolvidos na prevenção dos incêndios
Em cada uma das cinco mil zonas de caça haverá um grupo de caçadores responsáveis por comunicar directamente com as autoridades. "Trata-se de termos mais olhos a vigiar a floresta", disse ministro da Agricultura.
Os caçadores vão estar envolvidos este Verão na prevenção dos incêndios, através de um programa governamental assinado nesta quarta-feira com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e que abrange cinco mil zonas de caça.
O programa "Cada Caçador, Um Vigilante" foi oficializado numa cerimónia que decorreu no concelho de Benavente, no distrito de Santarém, presidida pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.
Com a assinatura deste protocolo, em cada uma das cinco mil zonas de caça existentes em Portugal haverá um grupo de caçadores (identificados com coletes e com um autocolante) responsáveis por comunicar directamente com as autoridades, em caso de avistarem qualquer situação suspeita que possa pôr em causa a segurança da floresta.
No final do encontro, em declarações aos jornalistas, o governante sublinhou que este protocolo, assinado com as três principais associações de caça, pretende envolver os caçadores na vigilância das florestas portuguesas e na comunicação às autoridades de eventuais situações de risco.
Identificados pelo número de telefone
"Trata-se de termos mais olhos a vigiar a floresta por forma a tentar prevenir ou detectar incêndios na sua fase nascente. Pretendemos desta forma integrá-los [caçadores] de forma organizada no sistema de prevenção contra incêndios, uma vez que vão ser identificados os seus números de telefone e uma vez ligado o 112 são dados como um contacto credível, o que dispensa uma série de confirmações", explicou Capoulas Santos?.
O governante referiu que os caçadores "têm uma presença no território constante" e que, por isso, "são conhecedores do que se passa", podendo assumir o papel de "guardiões da natureza".
Esta confiança depositada pelo Governo nos caçadores é encarada por estes com "orgulho, mas com sentimento de responsabilidade".
"Isto é um reconhecimento. Este protocolo dá-nos mais responsabilidades sobre esta matéria. É o culminar do reconhecimento do que temos feito, mas é também mais uma obrigação", apontou o presidente da Federação Portuguesa de Caça (Fencaça), Jacinto Amaro.
Além da Fencaça, participam igualmente neste projecto representantes da Associação Nacional de Proprietários Rurais (ANPC) e da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses (CNCP).