Museu Marítimo reabre em Faro três anos após encerrar devido a incêndio

O museu foi criado em 1889, com o nome Museu Industrial Marítimo da Escola Pedro Nunes e em 1946 foi rebaptizado como Museu Marítimo Ramalho Ortigão.

Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria

O Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão, o "mais antigo museu do Algarve", reabre ao público na sexta-feira, em Faro, três anos após fechar devido a um incêndio numa sala contígua, disse fonte da Zona Marítima do Sul.

João Afonso Martins, segundo comandante da Zona Marítima do Sul, contou à agência Lusa que o museu foi criado em 1889, com o nome Museu Industrial Marítimo da Escola Pedro Nunes, em 1916 as suas peças passaram para a posse da extinta escola de alunos marinheiros do Sul e em 1946 foi rebaptizado como Museu Marítimo Ramalho Ortigão, em memória do oficial que o instalou na zona marítima do sul.

A mesma fonte recordou que o espaço "teve a sua localização original no Largo da Sé e, entre 1962 e 1964, foi reinstalado nestas novas instalações - que já não são tão novas quanto isso - do departamento marítimo do sul", em plena baixa da cidade algarvia e junto à doca de recreio de Faro.

Mas, em 2015, o museu foi afectado por "um incêndio numa sala contígua" que "destruiu parte da antiga biblioteca Infante D. Henrique", lamentou o oficial, salientando que o fogo não chegou a destruir peças pertencentes ao Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão.

"No entanto, as peças do museu não foram particularmente afectadas, tendo ficado apenas sujas e algumas com alguns sinais de degradação, mas nada de significativo. E agora, depois de ultrapassadas estas dificuldades, conseguimos reabrir o museu", congratulou-se João Afonso Martins.

O oficial da Marinha portuguesa frisou a "importância histórica" e o "passado valioso" do museu marítimo, ao ser visitado por "muitas gerações de alunos de Faro e de outros concelhos vizinhos" em visitas de grupos escolares.

"Este é um museu que se dedica a mostrar a etnografia da pesca, essencialmente no Algarve, mas não só, e era um museu que os professores consideravam adequado para mostrar aos alunos quando abordavam este tema", argumentou.

Durante o período em que esteve encerrado, "houve peças que foram recuperadas", mas também "houve uma indefinição sobre a nova localização do museu", tendo surgido "várias hipóteses até ser tomada a melhor opção", disse a fonte da zona marítima do sul.

"E considero que foi mesmo tomada a melhor opção porque ele próprio mantém uma traça que, só por si, só pela museologia aplicada, acaba por ser de interesse. Está com as mesmas linhas tal qual foi desenhado e decorado por alguém muito famoso e querido nesta cidade, o pintor Carlos Porfírio, autor de uma das peças mais importante do museu, um tríptico que retrata a arte do copejo da apanha do atum", opinou.

João Afonso Martins destacou ainda a existência de uma "vasta colecção de pinturas da fauna marítima da zona sul", mas também de "uma muito extensa colecção de modelos de embarcações, de pesca e também embarcações de cariz militar, todas elas dos séculos XVI e XVII".

"Para além disso, ainda temos um espólio considerado muito interessante, esse sim original da antiga escola de marinheiros do sul, onde os antigos alunos estudavam aquilo que era a constituição de uma máquina a vapor, de aspectos da marinharia, etc", referiu ainda.

Até final do ano de 2018, e para assinalar a reabertura, a entrada no museu será gratuita, disse ainda o oficial, referindo que, depois, passará a ser cobrado um preço simbólico, não muito distinto do praticado antes do encerramento devido ao incêndio, que se situava em um euro.