Coreia do Norte começa a destruir instalações usadas para lançamento de mísseis

Imagens de satélite captadas na semana passada mostram desmantelamento de um edifício e equipamentos utilizados para lançamento de mísseis balísticos.

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Kim Jong-un prometeu dar início à desnuclearização do país durante a cimeira de Singapura Reuters/© KCNA KCNA / Reuters

A Coreia do Norte começou a destruir algumas instalações num local onde se acredita que terá realizado testes balísticos, de acordo com imagens captadas por satélites e divulgadas por um think tank que monitoriza o regime de Pyongyang. Trata-se dos primeiros passos concretos rumo à desnuclearização, prometida durante a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump.

As imagens reveladas pelo site 38North mostram o início do desmantelamento de duas instalações na estação de lançamento de satélites em Sohae, no noroeste do país. O relatório feito a partir delas conclui que “estes esforços representam uma iniciativa significativa de construção de confiança da parte da Coreia do Norte”.

As imagens obtidas por satélite são datadas de 20 de Julho e mostram o início dos trabalhos de destruição de um edifício utilizado para montar aparelhos de lançamento espacial e de um mecanismo usado para produzir rockets de combustível líquido para mísseis balísticos, explica o 38North.

Na cimeira de Singapura, a 12 de Junho, que sentou pela primeira vez à mesma mesa os líderes dos EUA e da Coreia do Norte, ficou acordado que o regime de Kim Jong-un iria dar início ao processo de desnuclearização, abrindo caminho para uma normalização das relações com Washington e, eventualmente, o fim das sanções económicas em vigor.

Desde Novembro que o regime norte-coreano não realiza qualquer teste balístico ou nuclear.

No entanto, o carácter vago das promessas feitas durante a cimeira e a ausência de um calendário colocaram um grande ponto de interrogação sobre a real possibilidade de o regime norte-coreano estar empenhado neste processo.

No início do mês, altos responsáveis norte-coreanos criticaram a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Pyongyang, encarando-a como uma forma de pressão sobre o regime.

Na segunda-feira, Donald Trump garantiu, através do Twitter, estar “muito feliz” com os progressos feitos neste dossier

O principal receio é o de que o regime norte-coreano esteja apenas a desfazer-se de instalações que já não considera necessárias, ou que estão obsoletas, sem no entanto abrir mão das suas capacidades nucleares. Uma desnuclearização total irá implicar não só a destruição das estruturas utilizadas para o fabrico de armamento nuclear, mas também a verificação por parte de inspectores internacionais.

A inclusão de instalações usadas para lançamentos de satélites é um progresso importante, diz à Reuters a editora do 38North, Jenny Town. “Esta distinção [entre lançamentos de mísseis e de satélites] fez descarrilar o processo diplomático noutras ocasiões”, observa.

Seul saudou a notícia do desmantelamento das instalações militares. “Parece que eles estão passo a passo a caminhar rumo à desnuclearização”, disse o vice-director do gabinete de segurança nacional, Nam Gwan-pyo, citado pela agência Yonhap.

O Governo sul-coreano anunciou que planeia testar uma redução da presença de tropas e armamento ao longo do paralelo 38, a zona desmilitarizada que separa as duas Coreias. A medida está prevista no processo de reaproximação diplomática entre os dois países tecnicamente ainda em guerra, após a cimeira entre Kim Jong-un e o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no final de Abril.

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