Criança ferida com gravidade após ter ficado presa em filtro de piscina

Menor que terá sete anos terá ficado ferida com gravidade e transportada para Hospital D. Estefânia, em Lisboa.

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Acidente aconteceu numa casa particular em Azeitão. Hugo santos/Arquivo

Uma criança que terá entre seis e sete anos ficou esta terça-feira gravemente ferida após ter ficado presa num filtro de uma piscina particular, em Azeitão. A informação é de um elemento do Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal, que adianta que o alerta foi dado às 13h43 por uma pessoa que indicava que a menor, de nacionalidade belga, estava presa no interior da piscina.

"Quando os bombeiros lá chegaram a criança já estava fora da piscina", adianta a mesma fonte.

Quando os profissionais da Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Setúbal chegaram ao local, a criança encontrava-se em paragem cardio-respiratória, indica fonte oficial do Instituto Nacional de Emergência Médica. "Após as manobras de suporte avançado de vida a criança foi estabilizada e depois transportada para o hospital", acrescenta a mesma fonte. 

A vítima, considerada grave, foi transportada para o Hospital D. Estefânia, em Lisboa. 

Ao longo dos últimos anos, a maior parte dos acidentes e afogamentos em piscinas envolveu crianças até aos quatro anos de idade, segundo a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), uma associação privada sem fins lucrativos que promove, desde há 25 anos, sucessivas campanhas de prevenção dos acidentes envolvendo crianças.

Segunda causa de morte acidental

O afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, logo a seguir aos acidentes rodoviários: entre 2002 e 2015, morreram 228 crianças afogadas, com maior incidência nos meses de Junho, Julho e Agosto. Por cada criança que morre, duas a três são internadas, tendo-se registado “554 internamentos na sequência de um afogamento no mesmo período”, ainda segundo a APSI.

Enquanto as piscinas representam maiores riscos de afogamento para as crianças mais pequenas, os rios, ribeiros e lagoas são os locais mais propícios a afogamentos envolvendo crianças entre os 10 e os 14 anos.

Sublinhando que “o afogamento é um acontecimento muito rápido, silencioso e que acontece em muito pouca água”, a APSI aconselha a que uma criança nunca seja deixada sozinha junto à água e a colocação de barreiras físicas nas piscinas, tanques e poços, bem como a utilização de auxiliares de flutuação (braçadeiras) e a presença de meios e pessoas “que permitam um salvamento imediato em caso de afogamento". 

Ao PÚBLICO, a secretária-geral da APSI, Helena Sacadura Botte, apontou o caso de um bebé de 21 meses que morreu há 15 dias, em Olhão, numa piscina insuflável colocada no quintal de casa.

"O afogamento acontece geralmente com um adulto por perto, o problema é que a criança quando cai à água não faz barulho. Geralmente, quando se inclina para apanhar um brinquedo não consegue reequilibrar-se porque a cabeça é mais pesada que o corpo". 

Nas crianças mais velhas, o problema é que "mesmo que chamem por socorro quando estão debaixo de água ninguém os ouve", acrescenta Helena Sacadura Botte, para sublinhar a importância de as piscinas estarem sempre vedadas com uma vedação de pelo menos um 1,10 metros de altura e com um portão que se abra para o exterior e cujo trinco se feche automaticamente nas costas do adulto quando este sai. 

Para evitar os afogamentos, a responsável da APSI recomenda ainda o recurso a braçadeiras de cores fortes e com duas câmaras-de-ar à volta do braço, no caso de serem insufláveis.

Se a opção for pelo colete, no caso das crianças devem ter uma faixa entrepernas para evitar que saiam pela cabeça, bem como uma gola que ajude a manter a cabeça fora de água. 

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