BPI vende quarteirão na baixa por 66 milhões

É mais um quarteirão a ser reabilitado no coração da cidade, que poderá conjugar a habitação com retalho e hotelaria.

Rua
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O quarteirão, de arquitectura pombalina, confronta a Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua do Comércio e Rua de São Julião DR
Tremor de terra
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O quarteirão, de arquitectura pombalina, confronta a Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua do Comércio e Rua de São Julião Rui Gaudencio

O banco BPI vendeu o seu principal e mais antigo imóvel em Lisboa por mais de 66 milhões de euros. O conjunto de edifícios, que pertence ao Fundo de Pensões do Banco BPI, foi comprado pela gestora portuguesa de fundos de investimento imobiliários Norfin, através de um fundo alemão. 

Também conhecido como quarteirão do BPI, o Augusta Lisbon é composto por cinco edifícios do século XVIII, de arquitectura pombalina, com frentes para a Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua do Comércio e Rua de São Julião, próximo da câmara de Lisboa, do Museu do Design e do Terreiro do Paço.

Ao longo dos anos, o BPI foi comprando edifícios, ligando-os entre si. Hoje, o quarteirão tem uma área bruta de construção de 11.100 metros quadrados. Por tudo isto, apresenta um “forte potencial para acolher um dos maiores empreendimentos imobiliários do centro histórico de Lisboa”, acredita a JLL, a consultora responsável pela operação em nome do fundo de pensões do BPI.

Em comunicado, a consultora nota que o conjunto de prédios tem uma grande “versatilidade em termos de desenvolvimento imobiliário”. Isto é, permitirá conjugar a habitação, com retalho e hotelaria. 

A transacção deverá ser concretizada nas próximas semanas. O BPI terá de abandonar os edifícios até ao final do ano, avança Manuel Puerta da Costa, administrador da BPI Gestão de Activos e gestor do Fundo de Pensões do banco, no mesmo comunicado. “Este desinvestimento permite realizar uma importante mais-valia, que reforçará os capitais do Fundo de Pensões, abrindo-lhe novas opções de investimentos imobiliários alternativos, com interessante potencial de valorização e rendimento”, considera. 

Caminhando pela baixa de Lisboa e dirigindo-se o olhar para o topo dos edifícios, as gruas vão pontuando a paisagem e são marca da intensa reabilitação pela qual o centro da cidade está a passar.

Para Pedro Lancastre, director-geral da JLL, esta é uma “transacção icónica, não só pela sua dimensão e importância para o mercado imobiliário, mas sobretudo pelo impacto que terá na cidade de Lisboa”. Será reabilitado um quarteirão inteiro na baixa, que o responsável espera que se torne num “ponto de atracção de pessoas e de criação de riqueza”. 

Posto à venda em Janeiro, o quarteirão foi “fortemente disputado”, diz a JLL, tendo recebido "um elevado número de propostas e pedidos de informação" com interessados de vários pontos do globo. 

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