Prémio alternativo ao Nobel da Literatura tem 47 candidatos para votação – e nenhum é português
Estados Unidos e Suécia são os países com mais candidatos na longlist agora divulgada.
Já é possível votar nos candidatos ao prémio alternativo ao Nobel da Literatura: ao todo, são 47, nenhum dos quais português. A longlist está disponível no site da Nova Academia, e a votação decorre online até dia 14 de Agosto.
Com base nos resultados, serão apurados três candidatos, aos quais se juntará um quarto, nomeado pelos bibliotecários suecos. Os nomes dos quatro finalistas (duas mulheres e dois homens, por determinação prévia) serão depois submetidos a um painel de jurados especializados.
Os Estados Unidos e a Suécia encabeçam a lista de nomeados, com 12 autores cada. No caso dos americanos, alguns são eternos favoritos ao Nobel: Joyce Carol Oates, Marilynne Robinson, Don DeLillo, Siri Hustvedt, David Levithan, Donna Tartt, Nnedi Okorafor, Paul Auster, Thomas Pynchon, Cormac McCarthy, Meg Rosoff e Jamaica Kincaid.
Pela Suécia, Sara Stridsberg, Ulf Lundell, Jonas Hassen Khemiri, Sara Paborn, Jessica Schiefauer, Agneta Pleijel, Inger Edelfeldt, Kerstin Ekman, Jenny Jägerfeld, Johannes Anyuru, Jens Ganmane e Sara Lövestam são os nomes que chegaram à longlist.
Do Reino Unido, estão nomeados Zadie Smith, J.K. Rowling, Ian McEwan, Jeanette Winterson e Neil Gaiman, seguidos, de imediato, pelo Canadá, com Anne Carson, Margaret Atwood e Kim Thúy.
Silvia Avallone e Elena Ferrante são as autoras eleitas de Itália. À semelhança deste país, França também conta com dois eleitos, Nina Bouraoui e Édouard Louis, a que se junta Maryse Condé, do território ultramarino da Guadalupe.
Todos os restantes países contam apenas com um autor eleito para votação: constam da lista Jón Kalman Stefánsson, da Islândia, Chimamanda Ngozi Adichie, da Nigéria, Amos Oz, de Israel, Ngugi wa Thiongo, do Quénia, Olga Tokarczuk, da Polónia, Arundhati Roy, da Índia, Haruki Murakami, do Japão, Sofi Oksanen, da Finlândia e, por último, Peter Stamm, da Suíça. Algo surpreendentemente, o nome de António Lobo Antunes, que tem figurado sucessivamente nas bolsas de apostas como favorito ao Nobel da Literatura, não está entre os 47 candidatos.
A Nova Academia foi fundada este ano por várias figuras proeminentes dos meios culturais suecos, entre as quais jornalistas e autores, como forma de protesto pelo anunciado cancelamento da atribuição do Prémio Nobel em 2018. Na origem desta decisão está a perturbação causada pelo escândalo sexual envolvendo o dramaturgo e fotógrafo francês Jean-Claude Arnault, marido de um membro da Academia. Arnault é acusado de ter assediado sexualmente 18 mulheres e de ter divulgado antecipadamente, mais do que uma vez, os escritores contemplados com o prémio.
O vencedor será anunciado em Outubro, como é habitual no Prémio Nobel, e a cerimónia formal para entrega do prémio terá lugar a 10 de Dezembro. A Nova Academia será dissolvida um dia depois.