Britânica morta por Novichok esteve exposta a uma “dose elevada”

A polícia acredita que a Dawn Sturgess foi contaminada por veneno do mesmo lote que foi utilizado no ataque aos Skripal.

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A polícia continua a investigar o envenenamento Reuters/Henry Nicholls

A morte da britânica Dawn Sturgess foi causada pelo contacto com uma “dose elevada” do agente nervoso Novichok, muito provavelmente pertencente ao mesmo lote do veneno que quase matou o antigo espião russo Serguei  Skripal e a sua filha, avançou a polícia do Reino Unido, citada pelo Guardian  e a BBC. A britânica de 44 anos, mãe de três filhos, estava hospitalizada desde o final de Junho depois de ter sido exposta ao agente nervoso, assim como o seu parceiro de 45 anos, Charlie Rowley, que ainda se encontra internado em estado grave.

A polícia continua à procura de um recipiente contaminado com Novichok que terá sido manuseado pelo casal. A Polícia Metropolitana de Londres diz que será realizada uma autópsia e anunciou no domingo a abertura formal de uma investigação por homicídio.

O veneno Novichok foi desenvolvido na antiga União Soviética e é uma das armas químicas mais letais que se conhecem. É, na verdade, uma série de químicos altamente tóxicos, que se apresenta, sob a forma de pó ou de uma pasta espessa. A substância perturba a comunicação entre o cérebro e os músculos, fazendo com que as vítimas sofram espasmos musculares contínuos, convulsões e dificuldades em respirar, acabando por morrer por asfixia.

O antigo espião russo Serguei Skripal e a sua filha, Iulia, tinham sido encontrados inconscientes a 4 de Março em Salisbury – a cerca de 12 quilómetros do local onde o casal Sturgess e Rowley foram encontrados no final de Junho.

Na altura, o Governo de Theresa May acusou o Kremlin de envolvimento na exposição de Iulia e Serguei Skripal ao agente Novichok, o que gerou um conflito diplomático entre Londres e Moscovo que resultou na expulsão de mais de uma centena de representantes russos colocados em diversos países da Europa e América do Norte, na União Europeia e na NATO, o que mereceu posteriormente uma resposta similar por parte de Moscovo, dando origem à mais grave crise entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.

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