Turquia demite mais de 18.000 funcionários públicos

Mais de 18.000 funcionários públicos, metade dos quais pertencentes às forças policiais, foram demitidos por supostas ligações a grupos terroristas. Esta deverá ser uma das últimas decisões do Governo turco no âmbito do estado de emergência, em vigor desde 2016.

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Desde a tentativa falhada de golpe de Estado, em 2016, Erdogan dispensou centenas de milhares de funcionários públicos, na maioria militares Reuters/UMIT BEKTAS

O Governo turco publicou neste domingo um decreto com carácter de urgência para demitir mais de 18.000 funcionários públicos, metade dos quais pertencentes às forças policiais, por alegadas ligações a grupos terroristas.

Semanas depois de o Presidente Recep Tayyip Erdogan ter sido reeleito, e num mês em que se espera que o estado de emergência que vigora na Turquia há dois anos seja finalmente levantado, cerca de 9000 polícias, 6000 militares e dezenas de professores e académicos ficaram sem os seus empregos e viram os seus passaportes cancelados, segundo noticia a Associated Press.

A Turquia vive sob estado de emergência desde que, em Julho de 2016, ocorreu uma tentativa falhada de golpe de Estado. O golpe serviu de mote para que o Governo de Ancara demitisse cerca de 160 mil funcionários públicos, acusando-os de ligações a organizações terroristas ou ao clérigo Fethullah Gulen, o antigo aliado que se tornou arqui-inimigo de Erdogan e se encontra a viver no exílio nos Estados Unidos, e que o Presidente turco acusa de ter estado por trás do plano para o depôr do poder.

Esta nova vaga de demissões deverá ser uma das últimas decisões de Ancara no âmbito do estado de emergência, que termina a 18 de Julho. Erdogan pode, no entanto, estendê-lo caso consiga a aprovação do Parlamento. Porém, o Presidente turco já sugeriu que não o irá fazer.

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