Repórteres Sem Fronteiras dizem que início de 2018 foi "negro" com 47 jornalistas assassinados

Este número contrasta com os 65 jornalistas que morreram no mundo devido à sua profissão em 2017.

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LUSA/ERNESTO GUZMAN

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertaram nesta quinta-feira que o começo de 2018 foi "negro" para os media, com 47 jornalistas e colaboradores assassinados no primeiro semestre, nomeadamente no Afeganistão, com 11 mortes, e na Síria, com sete.

Este número contrasta com os 65 jornalistas que morreram no mundo devido à sua profissão em 2017, um dos anos menos mortíferos para os profissionais de media, sendo que no primeiro semestre daquele ano foram mortos 34.

Nos seis primeiros meses deste ano, México (5) e Iémen (5) encontram-se na lista dos países mais perigosos para os jornalistas, segundo o barómetro de violação da liberdade de imprensa divulgado pela organização não-governamental (ONG).

No Afeganistão, que ocupa o 118.º lugar em 180 na classificação da Liberdade de Imprensa, os RSF destacam que as mulheres jornalistas são "particularmente vulneráveis num país onde a propaganda fundamentalista se aplica em várias regiões".

Além dos 11 jornalistas assassinados naquele país, "muitos outros são ameaçados de forma permanente pelas diferentes partes em conflito", referem.

Muitos, adianta no comunicado, não têm outra opção a não ser abandonar a profissão e inclusivamente os seus países devido às ameaças.

Os RSF sublinharam ainda que o México, que ocupa o 147.º lugar da lista, é considerado um dos países mais perigosos do continente americano para repórteres, com cinco assassinatos e ameaças a outros 14 profissionais.

A ONG detalhou que direcciona um terço do todo o seu orçamento para apoiar os jornalistas em todo o mundo para o Afeganistão, Síria, Iémen e México, que tem como objectivo garantir a segurança e retirada dos jornalistas dos países em caso de perigo.