Deputado Sérgio Azevedo: “Não vejo motivo para abandonar o Parlamento – nem arguido sou...”
Parlamentar social-democrata foi alvo de buscas domiciliárias, que presume estarem relacionadas com viagem à China paga pela Huawei
Alvo de buscas domiciliárias nesta quarta-feira de manhã, no âmbito de uma megaoperação da Polícia Judiciária relacionada com indícios de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido, o deputado social-democrata Sérgio Azevedo diz que não vê motivo para renunciar ao mandato: “Não vejo motivo para ter de abandonar o Parlamento – nem arguido sou... Fui apenas ‘buscado’ [alvo de busca]. Ponto final”.
O deputado eleito pelo círculo de Lisboa e membro do conselho nacional do PSD explica que perguntou aos inspectores da Judiciária que estiveram em sua casa se tinham pedido o levantamento da imunidade parlamentar de que beneficia. “Responderam-me que não”, conta, aparentemente por não ter sido considerado necessário.
Sérgio Azevedo diz ignorar ao certo por que razão foi alvo de buscas. “Presumo que possam estar relacionadas com a viagem à China” que fez a convite da multinacional tecnológica Huawei, na companhia do presidente da Junta de Freguesia da Estrela (Lisboa), Luís Newton, em Fevereiro de 2015. Aquela autarquia também foi esta quarta-feira de manhã alvo de buscas, numa operação que se estendeu a vários outros pontos do país, Açores incluídos.
Intitulada Tutti Frutti, a operação visa, segundo um comunicado emitido pela Procuradoria-Geral da República, “um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partidos políticos que desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas”. Envolveu duas centenas de inspectores da Judiciária, três juízes de instrução, 12 magistrados do Ministério Público e peritos informáticos e financeiros.
A exercer funções parlamentares em regime de exclusividade, Sérgio Azevedo explica que não tem empresas que tenham firmado contratos com entidades públicas, até porque a lei não lho permite.