Trump renova sanções à Coreia do Norte, dez dias após cimeira com Kim
Presidente dos Estados Unidos considera que regime de Pyongyang continua a representar um risco para a segurança nacional devido ao seu poder nuclear.
Dez dias depois do acordo assinado com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Singapura, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovou esta sexta-feira a declaração de “emergência nacional” relativa àquele país asiático, acto que implica a manutenção das sanções económicas e políticas contra o regime de Pyongyang. O “risco nuclear" continua a ser uma “ameaça extraordinária” à segurança dos EUA, defende a Casa Branca.
A declaração de Donald Trump, numa nota ao Congresso dos Estados Unidos, faz referência ao “risco de proliferação de material físsil [capaz de promover uma reacção nuclear] utilizável em armas na península da Coreia e as acções e políticas do Governo da Coreia do Norte".
"As acções e políticas do governo da Coreia do Norte, incluindo a sua procura por programas nucleares e de mísseis (...) continuam a constituir uma ameaça extraordinária para os Estados Unidos", acrescenta um comunicado da Casa Branca tornado público sexta-feira.
A declaração de emergência relativa à Coreia do Norte foi instituída em 2008 pelo então Presidente George W. Bush. Desde então, os presidentes norte-americanos têm-na renovado periodicamente. É com base nesta declaração que os Estados Unidos impõem as sanções económicas e políticas em relação à Coreia do Norte. A renovação agora assinada por Donald Trump mantém as sanções por mais um ano.
A decisão de Trump surge pouco mais de uma semana depois do encontro histórico que manteve com o líder norte-coreano em Singapura, ao qual se seguiram um conjunto de declarações suas garantindo que o acordo alcançado garantia a segurança do seu país.
Após a reunião entre Trump e Kim Jong-un, a imprensa norte-coreana tinha noticiado o fim iminente das sanções norte-americanas contra o país, mas responsáveis políticos dos Estados Unidos já tinham avisado que a decisão só seria efectiva quando Pyongyang já não representasse um risco nuclear.
A 13 de Junho, um dia depois da cimeira, Trump escreveu na rede social Twitter que “já não existe uma ameaça nuclear na Coreia do Norte”, tendo cancelado exercícios militares conjuntos que estavam agendados com os aliados norte-americanos da Coreia do Sul para os meses seguintes.
Também na sexta-feira, o Secretário de Defesa norte-americano, Jim Mattis, tinha “suspendido indefinidamente” os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. A decisão foi apresentada pelo Pentágono como uma forma de mostrar apoio às negociações diplomáticas que estão a decorrer.