Mais de 80% das estações SIRESP já permitem comunicar via satélite
Investimento nas melhorias da rede de comunicação de emergência que falou várias vezes o ano passado podem atingir um máximo de 15,6 milhões de euros até 2021.
Neste momento, a rede de comunicações de emergência SIRESP, cujas falhas graves condicionaram o socorro prestado às populações o ano passado, já não funciona exclusivamente por cabo, podendo as comunicações realizar-se via satélite numa grande parte do Continente quando é detectado um corte nas transmissões.
Quem o diz é o Ministério da Administração Interna (MAI), em resposta a um conjunto de perguntas do PÚBLICO sobre as melhorias operacionais introduzidas na rede SIRESP. “A solução de redundância da rede de transmissão dota a rede da capacidade de detectar cortes na rede de transmissão existente e automaticamente comutar para a solução de satélite”, adianta o MAI. E acrescenta: “Até ao momento, as soluções de redundância da rede de transmissão estão instaladas para cerca de 83% das estações base SIRESP do Continente”. O objectivo é instalar esta nova solução em todas as estações de Portugal Continental.
Este ano foi igualmente feito um investimento na melhoria da autonomia da energia que permite manter em funcionamento as estações-base. Na ausência de electricidade as antenas colocadas naquelas estações só conseguiam manter-se a funcionar por seis horas, a autonomia das baterias que aí estavam instaladas.
Já este ano foram instalados equipamentos nas estações base que, em caso de falha no fornecimento da energia eléctrica, permitem que a antena continue a funcionar através de um gerador móvel. Foram adquiridos 18 geradores móveis que foram distribuídos por três pontos estratégicos do continente: Vila Real, Coimbra e Santarém. “A definição destes três pontos assegura que será possível fazer a mobilização dos geradores móveis para as ocorrências em menos de seis horas, o tempo de vida útil das baterias instaladas nas estações base SIRESP, assegurando que as comunicações no local se mantêm de forma ininterrupta”, garante o MAI.
Foram ainda adquiridas quatro novas estações móveis, que segundo o ministério liderado por Eduardo Cabrita, “se encontram em fase final de preparação (instalação dos equipamentos tecnológicos)”. Tendo em conta a nova possibilidade de realizar comunicação via satélite, a utilização destas estações, que serão operadas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, será “mais comum em zonas com cobertura SIRESP deficiente”, adianta o ministério.
Uma resolução publicada no final de Abril no Diário da República, autoriza a secretaria-geral do MAI a realizar uma despesa de 15,6 milhões de euros com as melhorias da rede SIRESP, verba que pode ser gasta até 2021. Este ano regista o investimento mais significativo, até um limite de 8,2 milhões de euros.