Selecção iraniana fica sem chuteiras da Nike

Sanções comerciais dos EUA contra o Irão estão na origem da posição da marca desportiva, que deixou de fornecer chuteiras à selecção comandada por Carlos Queiroz.

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Selecção iraniana ficará sem acesso ao material desportivo da Nike Reuters/JON NAZCA

A Nike anunciou que não irá fornecer chuteiras à selecção iraniana — adversária de Portugal na fase de grupos — durante o Mundial da Rússia, devido às sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos da América (EUA) ao país do Médio Oriente, como consequência da saída do acordo iraniano. “As sanções significam que, enquanto empresa americana, não conseguimos fornecer chuteiras aos jogadores da selecção iraniana”, anunciou a empresa desportiva, através de uma declaração publicada pela ESPN.

Esta decisão da Nike chegou como uma surpresa aos jogadores e equipa técnica do Irão, que mostraram desagrado com o anúncio. Carlos Queiroz, seleccionador da formação iraniana deu voz ao descontentamento colectivo: “Os jogadores habituam-se aos seus equipamentos desportivos, e não é correcto alterá-los a uma semana de uma partida tão importante. Somos apenas treinadores e jogadores, não nos deviam envolver nisto. Mas estamos a pedir ajuda à FIFA”, garantiu o seleccionador à comunicação social presente no centro de treinos da selecção. A primeira partida do Irão é no dia 15 de Junho, frente à selecção marroquina, em São Petersburgo. Os iranianos defrontarão, ainda, a selecção portuguesa no terceiro e derradeiro jogo da fase de grupos.

Nas redes sociais, muitos adeptos iranianos começaram uma acção de boicote à marca desportiva — através da hashtag No To Nike (não à Nike, em português) —, considerando a decisão da marca um insulto ao país. Esta medida da Nike aplica-se  às chuteiras de alguns jogadores, que são patrocinados pela marca americana. Esses atletas têm de utilizar chuteiras de outras marcas desportivas durante a competição, se não se chegar a acordo entre as partes.

A 8 de Maio, Donald Trump supreeendeu, novamente, a comunidade internacional, anunciando que os Estados Unidos abandonariam o acordo iraniano e que voltariam a impor sanções comerciais ao país. Essas punições tinham sido levantadas aquando da assinatura do acordo, em 2015, como moeda de troca pela diminuição da capacidade nuclear iraniana. Pouco mais de um mês após a decisão de Trump, a guerra comercial entre os dois países chega desta vez ao desporto. A FIFA ainda não se pronunciou sobre o incidente, apesar da insistência da selecção iraniana. 

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