Videoclipe
The Happy Mess no meio da ficção, no escurinho
Esta galeria é uma parceria com o portal Videoclipe.pt, sendo a seleção e os textos dos responsáveis do projeto.
A crónica de Hilário Amorim: Videoclipe, o herói improvável
Sendo já reconhecido que o videoclipe é, atualmente, uma ferramenta mais importante do que no tempo da MTV, sobretudo para a difusão, mas também para a fruição musical, falta ainda reconhecer que, nesta era pós-MTV, os novos comportamentos obrigam a novos conceitos. E isto apesar de a larga maioria ainda ser pensada como na década passada. Dos que chegaram esta semana a VIDEOCLIPE.PT, o dos Kumpania Algazarra decalca os vídeos coreográficos porque a música assume inspiração em ritmos festivos passados — mas sempre com a banda a interpretar em fundo. No entanto, destacamos este Dressed to Kill dos The Happy Mess (chegou anónimo, sem menção do autor), por tentar o jogo criativo da conjugação/disjunção da performance musical da banda com a ficção no meio — no mesmo plano e espaço cénico escurinho, e até com a projeção mental da personagem. É o segundo videoclipe para Dear Future, que é já o terceiro álbum (+ EP) desta banda indie pop de bom recorte melódico e de um elegante pulsar rock, e que tem sempre apostado na componente vídeo. Sendo de aplaudir o continuado investimento, no contexto nacional, numa sempre razoável qualidade visual, à luz da musical, fica também o nosso desejo para que se tente no “dear future” um surpreendente rasgo. Isto porque os tempos obrigam que se atente a esta nova realidade comunicativa e comportamental: o espetador online mais facilmente partilhará aquilo que de convencional menos terá.
Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor.