“Não podemos ter um poder político enfraquecido nas negociações com a Europa”
Presidente da República volta a afastar a possibilidade uma crise política resultante do eventual chumbo do Orçamento do Estado, depois de ter apelado ao "bom senso" dos partidos.
Marcelo Rebelo de Sousa reforçou na noite de sábado os avisos em relação à possibilidade de uma crise política em torno do Orçamento do Estado, num período em que se discute o próximo quadro comunitário de apoio.
“Temos seis a nove meses para tentar que a União Europeia decida a questão dos fundos europeus”, recordou o Presidente da República em declarações à RTP. “Nesse período temos que estar unidos. Não podemos ter um poder político enfraquecido nas negociações com a Europa”, disse. “Só gente muito distraída é que não percebe isso”, sublinhou.
No entanto, Marcelo desvalorizou a possibilidade de uma eventual crise se materializar. “Uma coisa é o exercício normal dos direitos previstos na constituição, isso é naturalíssimo, outra coisa é pensar que há um risco sério de não aprovação do orçamento, de uma crise política e da antecipação de eleições. Isso penso que não há”, disse.
O chefe de Estado falava em Ponta Delgada, nos Açores, à margem das comemorações do 10 de Junho, em resposta a uma questão sobre a possibilidade do próximo Orçamento do Estado ter a sua aprovação em risco, na sequência de declarações recentes dos líderes do PCP e do Bloco de Esquerda. Foi a segunda vez que Marcelo se pronunciou sobre o tema neste sábado. Horas antes, o Presidente da República disse acreditar no “bom senso” dos partidos.
“Ninguém quer juntar às complicações que vêm de fora complicações de dentro. Esse bom senso faz com que não haja a temer qualquer tipo de crise ou qualquer tipo de problema com o Orçamento do Estado”, disse, citado pela Lusa.