Câmara admite juntar Carris e EMEL numa só empresa
Mas não para já, pois a Carris está numa "fase de investimento exponencial" e a fusão iria “pôr em causa o dia-a-dia” da empresa, disseram os vereadores.
A Câmara Municipal de Lisboa admite fundir a Carris e a EMEL, mas não para já. Na reunião da assembleia municipal desta terça-feira, o vereador das Finanças disse que “é uma questão que está a ser equacionada” e que “há várias soluções possíveis”, que podem passar, por exemplo, pela criação de uma holding. Mas agora, acrescentou João Paulo Saraiva, “seria o momento mais desapropriado” para isso.
O Bloco de Esquerda apresentou uma recomendação a propor a fusão das duas empresas municipais, argumentando que “é tempo de integrar políticas e a gestão da mobilidade da cidade”. “A gestão do estacionamento está intimamente ligada à gestão dos transportes públicos”, disse o deputado Rui Costa, acrescentando que “não há necessidade de haver duas empresas para gerir a mobilidade em Lisboa”.
Nem o vereador das Finanças nem o da Mobilidade puseram definitivamente de parte essa possibilidade, mas defenderam que isso não pode acontecer num futuro próximo. “Seria completamente extemporâneo discutir isto no meio de um momento em que está a ser exigido das empresas um esforço enorme”, afirmou João Paulo Saraiva. O eleito disse que a Carris está numa “fase de investimento exponencial, quer em meios humanos, quer em trabalhadores, quer em meios de mobilidade”, pelo que não faria sentido “meter no mesmo saco” as duas empresas. Também Miguel Gaspar, responsável pela Mobilidade, afirmou que a fusão iria “pôr em causa o dia-a-dia” da Carris.
A recomendação do Bloco foi chumbada com os votos contra do PCP, Os Verdes, PS, PSD e deputados independentes e a abstenção de CDS, MPT, PPM e PAN.