Roman Abramovich obteve cidadania israelita
As autoridades britânicas não estão a renovar o visto do milionário russo, provavelmente em reacção ao envenenamento do ex-espião Skripal. O patrão do Chelsea contornou o problema.
O multimilionário russo Roman Abramovich, proprietário do clube de futebol inglês Chelsea, obteve a nacionalidade israelita e pode mudar-se para Telavive, onde comprou uma propriedade, informa a imprensa de Israel. Este passo de Abramovich é visto como uma reacção para o facto de as autoridades britânicas não terem renovado o visto de Abramovich para o Reino Unido, que expirou há cerca de um mês - provavelmente uma consequência da revisão da política de autorizações de residência a oligarcas russos após o caso Skripal.
O multimilionário de 51 anos, que é judeu, e que visita regularmente Israel, terá entrado com um pedido para se tornar cidadão israelita. Segundo a imprensa de Israel, Abramovich terá chegado a Telavive nesta segunda-feira para obter os documentos, com alguns órgãos de informação a confirmarem a concessão da cidadania. Segundo um porta-voz do Ministério do Interior de Israel, o pedido terá entrado na embaixada do país em Moscovo.
Israel concede a cidadania a qualquer judeu que deseje mudar-se para o país e o passaporte por norma é emitido logo depois de o pedido ser efectuado. Os cidadãos israelitas podem entrar no Reino Unido sem visto para estadias curtas, mas necessitam de um visto para trabalhar no país.
Não se sabe ainda se o pedido de visto do milionário russo foi rejeitado pelas autoridades britânicas, nem se a demora na renovação estará ligada à mudança na política de concessão de vistos, embora se aponte para esse cenário. Até agora as autoridades britânicas têm-se negado a comentar o caso.
A verdade é que as autoridades britânicas endureceram a política de concessão de vistos a oligarcas russos depois do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, em Inglaterra, em Março, com uma arma química que atinge o sistema nervoso. O Governo britânico acusou Moscovo, mas o Kremlin negou a acusação.
O caso provocou uma crise diplomática, que resultou na expulsão de diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, e dois terços dos países membros da União Europeia. Moscovo respondeu na mesma moeda.