Teatro Maria Matos recebeu duas propostas para projecto artístico

Após esta "primeira avaliação", o júri iniciará o processo de escolha das propostas.

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Teatro Maria Matos Miguel Manso

Duas propostas apresentaram-se ao concurso público para o projecto artístico do Teatro Maria Matos, em Lisboa, e serão agora submetidas a uma "primeira avaliação jurídica" para confirmar a sua elegibilidade, disse à agência Lusa fonte oficial.

Segundo fonte da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), da Câmara Municipal de Lisboa (CML), após esta "primeira avaliação", o júri iniciará o processo de escolha das propostas.

"O prazo legal para a apresentação das candidaturas para o concurso público para a selecção do projecto artístico do Teatro Maria Matos terminou na quinta-feira à meia-noite", tendo sido apresentadas "duas propostas", informou a EGEAC, acrescentando que "seguir-se-á uma primeira avaliação jurídica para confirmar a elegibilidade de cada uma das propostas e, em seguida, o júri iniciará o processo de deliberação".

A presidente do conselho de administração da EGEAC, Joana Gomes Cardoso, a actriz e encenadora Natália Luiza, o dramaturgo e investigador teatral Jorge Louraço e o jornalista Nuno Galopim compõem o júri que irá seleccionar "o melhor projecto artístico para desenvolver no Teatro Maria Matos".

O júri será presidido por Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago.

O vencedor do concurso adquirirá o direito a tomar de arrendamento o edifício, assegurando o [seu] funcionamento", "nos termos de contrato a celebrar", lê-se no site da EGEAC.

Em Dezembro de 2017, a vereadora da Cultura da CML, Catarina Vaz Pinto, anunciou um novo projecto de gestão dos teatros da autarquia, que, segundo a autarca, tem por objetivo resgatar lugares associados à cultura e diversificar a oferta cultural da cidade.

O plano abrange 11 teatros, dois dos quais — São Luiz e Maria Matos — estão sob gestão da EGEAC, e vai permitir o "resgate de mais dois teatros para a cidade [Bairro Alto e Luís de Camões], e a diversificação de públicos".

Na altura, Catarina Vaz Pinto explicou que o novo plano prevê que apenas o Maria Matos seja gerido por uma entidade externa.

O anúncio gerou contestação e, entre outras iniciativas, deu origem a uma petição assinada por mais de 2.500 pessoas para a manutenção desta sala na esfera autárquica, que foi entregue na Assembleia Municipal de Lisboa.

Em Fevereiro último, a autarquia de Lisboa aprovou as "linhas orientadoras relativas à programação" do Teatro Maria Matos, uma proposta que foi aprovada com os votos favoráveis do PS e do PSD, e os votos contra do CDS-PP, BE e PCP.

A proposta aprovada refere que o Maria Matos deverá passar a ser um teatro "com uma nova missão", vocacionado para "espetáculos de grande público, predominantemente teatro".