Videoclipe
Basicamente, David Fonseca quer divertir-se
Esta galeria é uma parceria com o portal Videoclipe.pt, sendo a seleção e os textos dos responsáveis do projeto.
A crónica de Hilário Amorim: Videoclipe, o herói improvável
Esta curadoria de videoclipes portugueses que nós, VIDEOCLIPE.PT, efetuamos aqui no P3, além de os selecionarmos desse “museu” online, que vive da contribuição de qualquer pessoa, visa informar e também oferecer um olhar concetual sobre eles. O videoclipe que vem apresentar o sétimo (um deles duplo) álbum de originais a solo de David Fonseca (Radio Gimini, a 25 de maio), serve por isso para demonstrar como ainda se pode tornar apelativa uma fórmula vídeo tão gasta e tarimbada: músico no exterior a interpretar em frente à câmara. Ora, concetualmente, não se “mexendo” no artista, pode-se jogar com o que está por trás. E a partir de uma realidade estrangeira e singular, que tem o condão de captar a nossa curiosidade, e em registo quase documental, introduz-se o elemento performativo, lúdico, insólito. Porque hoje, mais do que o ultrapassado convencionalismo de bem filmar uma banda a tocar, importa sobretudo que se desconserte essas regras performativas e, se possível, que se apresente uma manifesta diversão no ato. Porque isso contagia. Pode não ser fácil acertar esse último gesto, pois há o risco de cair no disparate, e este Oh My Heart não será certamente um vídeo magnífico ou viral, mas ainda assim o David Fonseca consegue (é ele que os pensa e executa, e neste caso por tuta e meia, se excluirmos a ida ao Japão), com elementos mínimos, marcar agradavelmente esta pop simples que pretende trazer de volta uma certa diversão e inocência, celebrando o lado positivo disso.
Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor