Boicote generalizado (Portugal incluído) à inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém

Ministério dos Negócios Estrangeiros revela que Portugal não se fará representar na cerimónia desta segunda-feira.

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Bandeiras nas ruas de Jerusalém festejam inauguração da embaixa dos EUA
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Bandeiras nas ruas de Jerusalém festejam inauguração da embaixa dos EUA LUSA/ABIR SULTAN
Donald Trump, protestos da fronteira de 2018 em Gaza, Estados Unidos
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Portão de Damasco
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Portugal será um dos países ausentes na cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, disse neste domingo à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ausentes estarão a Espanha, o Reino Unido, a França e Itália, entre dezenas de outros países, incluindo a maioria dos europeus. Com presença confirmada estão Roménia, Hungria, Áustria e República Checa. "Portugal não se fará representar na inauguração ", marcada para segunda-feira, afirmou a mesma fonte do Palácio das Necessidades.

A cerimónia contará com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a delegação norte-americana, que já chegou a Israel e inclui o casal Ivanka Trump e Jared Kushner, filha do Presidente dos Estados Unidos e o marido e assessor presidencial, respectivamente.

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Ahmed Cohen / Reuters

São esperadas mil pessoas e foram convidados 86 embaixadores e encarregados de negócios, 40 dos quais aceitaram, mas a maioria dos Estados europeus não estará presente por não concordar com a mudança da embaixada de Telavive para Jerusalém, uma decisão anunciada por Donald Trump, que assim rompeu um consenso que vigorava entre a comunidade internacional.

O Governo português, pela voz do chefe da diplomacia, Augusto Santos Silva, opôs-se à decisão da Administração americana de transferir a representação diplomática de Telavive para Jerusalém, insistindo que a solução para o conflito em torno da disputa de poder sobre a cidade santa passa pela "coexistência" entre Israel e a Palestina.

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Uma mulher palestiniana discute com um soldado israelita às portas da da cidade velha Reuters/AMMAR AWAD

"O Governo português ficará extremamente feliz no dia em que puder reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel, transferindo a sua representação diplomática de Telavive para Jerusalém, porque esse será o exacto dia em que Portugal poderá reconhecer Jerusalém como capital do Estado da Palestina e transferir a sua representação diplomática na Palestina de Ramallah para Jerusalém Oriental", declarou Augusto Santos Silva.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a mudança da embaixada em Dezembro de 2017, quando reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, suscitando críticas da maioria da comunidade internacional e a ira dos palestinianos.

Estes reivindicam Jerusalém Oriental, ocupado em 1967 e posteriormente anexado por Israel, como a capital de um desejado Estado da Palestina.