Principal centro de testes nucleares norte-coreano desmantelado entre 23 e 25 de Maio
Pyongyang vai convidar observadores e jornalistas estrangeiros para assistirem ao encerramento das instalações de Punggye-ri.
A Coreia do Norte já tem data para o desmantelamento de Punggye-ri, o principal centro de ensaios nucleares do país. De acordo com a agência noticiosa KCNA, os trabalhos de desactivação das instalações ocorrerão entre os dias 23 e 25 de Maio.
Tal como acordado durante o encontro histórico entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na zona desmilitarizada da Península Coreana, o desmantelamento de Punggye-ri será testemunhado por observadores e jornalistas estrangeiros, numa cerimónia organizada pelo regime.
Segundo a KCNA, a intenção da liderança norte-coreana é possibilitar aos jornalistas uma cobertura do evento no local, para que possam mostrar o desmantelamento de Punggye-ri “de uma forma transparente”.
São esperados repórteres da Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia. A Reuters informa que apanharão um avião na capital chinesa, que os levará para a cidade de Wonsan, no leste da Coreia do Norte. Dali tomarão um comboio para a região montanhosa onde está localizado o centro de ensaios nucleares.
Os responsáveis norte-coreanos vão desmantelar os edifícios, bloquear os acessos e fazer colapsar o sistema de túneis construído sob o Monte Mantap, onde foram realizados pelo menos seis testes nucleares.
Com este gesto, Kim Jong-un procura dar mais um sinal à comunidade internacional – e particularmente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem se encontrará no dia 12, em Singapura, para uma cimeira inédita – de que a desnuclearização total da Coreia do Norte é mesmo para avançar.
Entre os que desconfiam das reais intenções do líder norte-coreano estão alguns cientistas, que argumentam que o encerramento de Punggye-ri apenas se deve aos danos causados pela sexta e última detonação nuclear subterrânea.
Após o ensaio de Setembro de 2017 foram registados vários abalos sísmicos, que os especialistas acreditam terem provocado o colapso de parte da montanha onde se localiza o centro, deixando-o inutilizável.