Final da Eurovisão: agora é a sério
A final da primeira edição do concurso europeu da canção em Portugal é este sábado à noite. E é a primeira vez que Cláudia Pascoal e Isaura vão interpretar O jardim na competição.
O dispositivo de segurança na zona à volta do Altice Arena estava mais apertado na sexta-feira à tarde do que nos outros dias. Às 12h30, meia hora antes do início do ensaio geral da final da Eurovisão, que decorre este sábado a partir das 20h, havia uma fila enorme de jornalistas à espera de entrar na sala onde o espectáculo se vai realizar. Era bem maior do que aquela que na quarta-feira se formou para o ensaio da segunda semifinal, e havia uma certa excitação no ar que dava uma sensação de que isto agora é que é a sério.
Quanto ao ensaio, começou com 20 minutos de atraso e ainda havia muitos pormenores por afinar, especialmente nos textos da apresentação, e não estavam lá nem Salvador Sobral nem Caetano Veloso, que vão cantar juntos no intervalo da cerimónia.
O espectáculo arranca com Ana Moura seguida de Mariza. Ainda antes das apresentadoras, Filomena Cautela, Daniela Ruah, Catarina Furtado e Sílvia Alberto, aparecerem, a cerimónia de abertura fez-se ao som da dupla de DJ Ride e Stereossauro, os Beatbombers, com os concorrentes e as bandeiras de cada um dos 26 países a concurso a desfilaram pelo palco. Ainda antes da meia-noite de sábado para domingo, um deles será o próximo vencedor da Eurovisão.
Quanto às actuações dos concorrentes, há seis canções que ainda não passaram em nenhuma das semifinais. Vamos ver, em segundo lugar da noite, a estreia de Espanha e Alfred y Amaia, o casal-sensação da última edição local da Operação Triunfo – foi ela que ganhou no fim.
Em oitavo vem a candidata portuguesa, com Cláudia Pascoal e Isaura a pisarem pela primeira vez o palco da Altice Arena para cantar O jardim, outra das canções emocionalmente carregadas e ligadas a histórias verdadeiras, tal como a também estreante You let me walk alone, a candidata alemã interpretada por Michael Schulte, que chega em 11º.
Outra canção que ainda não se ouviu é a nona, Storm, da britânica SuRie, numa actuação em que as cores dominantes são as da bandeira inglesa. A francesa Mercy, do duo Madame Monsieur, que pede ao público para abrir as mãos no ar e vai buscar o nome a uma criança que nasceu em alto-mar, filha de pais nigerianos que estavam a fugir da violência no seu país natal a bordo de um barco. Também política é a canção do duo italiano Ermal Meta & Fabrizio Moro, sobre ataques terroristas na Europa e no Médio Oriente, com frases da letra a passarem no ecrã em várias línguas.
Vão também voltar ao palco algumas actuações polémicas, incluindo as dos dois artistas que foram censurados na emissão chinesa da primeira semifinal, o que levou a Eurovisão a cortar relações com o canal que a transmitia: Eugent Bushpepa, por causa das tatuagens que o artista tem no corpo, bem como o irlandês Ryan O’Shaughnessy, cujos dançarinos interpretam em palco um amor homossexual. Israel e a Toy de Netta, alvo de um apelo a um boicote político pela relação do seu país com a Palestina, também actua, com uma introdução drasticamente diferente da da primeira semifinal.
No intervalo, Branko apresentará uma remistura de Sara Tavares, com a voz da própria, que volta assim à Eurovisão, e um rap de Plutónio, uma colaboração com Dino D’Santiago a celebrar a diversidade da Nova Lisboa, e a sua canção com Mayra Andrade, juntando-se todos no fim. Salvador Sobral actuará também com Caetano Veloso, um ensaio que só decorreu depois do que foi mostrado ontem aos jornalistas.