CMVM levanta suspensão da negociação das acções da EDP

A CMVM tinha suspendido hoje a negociação das acções da EDP e da EDP Renováveis após o fecho de mercado, até obter mais informação das empresas

Foto
Nuno Ferreira Santos

A CMVM decidiu na noite desta sexta-feira, 11 de Maio, levantar a suspensão da negociação das acções da EDP e da EDP Renováveis, depois de a China Three Gorges (CTG) ter anunciado Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) sobre as empresas.

"O conselho de administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou o levantamento da suspensão da negociação das acções da EDP e da EDP Renováveis, na sequência da divulgação do anúncio preliminar de lançamento de Oferta Pública de Aquisição de acções da EDP e da EDP Renováveis", lê-se num comunicado emitido pelo regulador.

A CMVM tinha suspendido hoje a negociação das acções da EDP e da EDP Renováveis após o fecho de mercado, até obter mais informação das empresas, depois de ter sido noticiado que empresas chinesas estariam a preparar uma OPA sobre a EDP.

Ao início da noite, a China Three Gorges anunciou a sua intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada acção, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros.

Os títulos da EDP encerraram o dia de negociações de hoje a ganhar 0,75%, nos 3,11 euros, antes de a negociação ser suspensa pela CMVM.

A  China Three Gorges pretende também avançar com uma OPA obrigatória sobre o capital da EDP Renováveis, oferecendo uma contrapartida de 7,33 euros por cada acção, um preço abaixo do valor da última cotação (7,84 euros).

O grupo chinês explicou que a OPA sobre a EDP Renováveis se encontra sujeita ao sucesso da oferta sobre a EDP. Considera mesmo que, caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, é sua obrigação legal lançar uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis. Actualmente, a EDP detém cerca de 83% do capital da EDP Renováveis.

O grupo chinês afirma, no anúncio preliminar da operação, que só lançará a OPA sobre a EDP se o Governo português não se opuser à operação. O primeiro-ministro, António Costa, já disse que não tem "nenhuma reserva a opor" a que o grupo chinês realize a OPA sobre a EDP.

"O mercado decidirá. A China Three Gorges é há muitos anos accionista de referência da EDP e não temos nenhuma reserva a opor. As coisas têm corrido bem", disse António Costa, que falava aos jornalistas aquando da votação nas eleições directas para o cargo de secretário-geral do PS, na Federação da Área Urbana de Lisboa