A vénia de Trump à chegada dos prisioneiros libertados: “Queremos agradecer a Kim Jong Un”
O Presidente norte-americano está confiante no encontro com o líder da Coreia do Norte e acredita que vai conseguir a desnuclearização da Península Coreana.
Os três norte-americanos que estavam presos na Coreia do Norte chegaram aos EUA durante a madrugada desta quinta-feira, e foram recebidos pelo Presidente e pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e Mike Pence. Trump agradeceu ao líder norte-coreano e mostrou-se positivo em relação à cimeira com Kim Jong-un.
Kim Dong Chul, Kim Sang Dok e Kim Hak Song estavam acusados por Pyongyang de espionagem e actos ilegais. Foram libertados após uma visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, à Coreia do Norte. Os três aterraram na base militar Andrews, perto de Washington, pelas 2h40 locais (7h40 em Lisboa), onde os aguardava uma enorme bandeira americana estendida entre duas gruas de carros de bombeiros.
“É uma noite especial para estas três magníficas pessoas”, resumiu o Presidente norte-americano. “Honestamente, não acreditei que isto fosse mesmo acontecer e aconteceu. É especialmente bom que o tenha feito antes do encontro”, notou Trump, elogiando o gesto do líder norte-coreano. "Queremos agradecer a Kim Jong-un", declarou aos jornalistas.
O Presidente norte-americano está confiante com o resultado da cimeira com Kim e acredita que o encontro vai resultar na desnuclearização da Península. Donald Trump disse ainda acreditar que Kim Jong-un quer trazer a Coreia do Norte “para o mundo real” e que a desnuclearização coreana será a sua maior conquista enquanto Presidente dos EUA. “Acho que vamos ser bem-sucedidos. Nunca se chegou tão longe. Nunca houve uma relação como esta. Mas somos feitos de avanços. Podem mesmo acontecer coisas muito importantes, é a nossa expectativa”, afirmou Trump.
Antes ainda de descerem o avião, Kim Dong-chul, Kim Sang-dok e Kim Hak-song foram cumprimentados por Donald e Melania Trump, que subiram ao avião, onde estiveram alguns minutos.
Kim Dong-chul estava detido desde 2015, ainda antes de Trump ser eleito. Já Kim Sang-dok foi professor durante um mês numa universidade norte-coreana antes de ser detido em 2017. O mesmo aconteceu a Kim Hak-song, professor na mesma universidade de ciência e tecnologia, financiada com dinheiro estrangeiro. Os três foram levados para um centro médico militar, para avaliação médica, informou a Casa Branca. “Queríamos agradecer ao Governo dos Estados Unidos, ao Presidente Trump, ao secretário Pompeo e às pessoas dos EUA por nos trazerem para casa”, declararam os três norte-americanos num comunicado.
Até agora o único norte-americano libertado pela Coreia do Norte tinha sido o estudante universitário de 22 anos, Otto Warmbier, depois de 17 meses em cativeiro. Acabou por morrer depois de chegar aos EUA.
A “modéstia” de Trump
Sâo grandes as expectativas sobre encontro histórico entre Trump e Kim e um grupo de 18 congressistas norte-americanos da ala republicana já indicou o Presidente norte-americano como candidato ao Prémio Nobel da Paz em 2019.
O cenário, diz o El País, é improvável, uma vez que as votações para escolher o vencedor do Nobel da Paz terminaram em Janeiro deste ano, antes de a cimeira EUA-Coreia do Norte ter sido anunciada.
Ainda assim, o tema tem sido frequente. Na quarta-feira, e depois de anunciar a saída do acordo sobre o nuclear com o Irão, um jornalista perguntou a Donald Trump se se considera merecedor da distinção.
“Toda a gente acha que mereço [um Prémio Nobel da Paz], mas eu nunca o disse”, respondeu Trump com um sorriso. “Sabem o que quero fazer? O prémio que eu quero é a vitória para o mundo. É o único prémio que eu quero”, garantiu o Presidente norte-americano.