Renato Sampaio: “Hoje é um dia muito triste”
Deputado e líder da concelhia do PS-Porto reage à desfiliação de José Sócrates e pede contenção ao partido até ao congresso. Isabel dos Santos, também deputada recusa “linchamentos em praça pública”.
Renato Sampaio, um dos deputados mais próximos do antigo secretário-geral do PS, José Sócrates, fez nesta sexta-feira um apelo à “contenção verbal no partido” e declarou que “hoje é um dia muito triste”, numa alusão à desfiliação de José Sócrates do Partido Socialista.
“É indispensável manter a serenidade [até ao Congresso do PS], é o que eu farei até lá. Nem mais uma palavra a não ser dizer que hoje é um dia muito triste”, escreve Renato Sampaio na sua página no Facebook.
Na curta nota que assina, o líder da concelhia do PS-Porto afirma que não renega amizades e que é amigo de José Sócrates. “Ao contrário de outros, nunca reneguei as minhas amizades, nunca as reneguei em quaisquer circunstâncias. A amizade é um valor que me ensinaram a preservar, José Sócrates é meu amigo e um camarada”, pode ler-se no texto que escreveu naquela rede social.
O deputado acrescenta ainda que como militante socialista sempre impôs a si próprio uma “rigorosa contenção verbal e é o que o PS precisa” no momento que atravessa e – sublinha – “quando estamos em vésperas de um importante congresso. Por isso é indispensável manter a serenidade”.
Também a deputada socialista, Isabel Santos, recorreu às redes sociais para comentar a saída de José Sócrates do PS. “Não se apagam incêndios com gasolina”, escreveu no Facebook.
Na curta nota que acompanha a notícia da decisão do antigo secretário-geral do partido, a deputada também apela “à serenidade para enfrentar o congresso que se avizinha”, razão pela qual não dirá nada mais sobre o caso. O texto termina com uma nota de amizade ao ex-dirigente socialista. “Apenas continuarei a afirmar que Sócrates é meu amigo e camarada e que sempre recusarei linchamentos em praça pública”.
Em 2016, em pleno Congresso do PS, Renato Sampaio e Isabel Santos abandonaram a reunião magna dos socialistas, após o discurso de António Costa para visitar o amigo Sócrates, que se encontrava detido no estabelecimento Prisional de Évora.