Pompeo pede apoio a novas sanções ao Irão no arranque de visita ao Médio Oriente

Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, deu o pontapé de saída para a visita a três países do Médio Oriente com um objectivo em mente: ganhar apoio regional à nova leva de sanções previstas para Teerão.

Foto
Mike Pompeo e o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita Reuters/HANDOUT

Mike Pompeo, nomeado secretário de Estado norte-americano esta semana, aterrou na Arábia Saudita este sábado. A visita de Estado vai servir para que os EUA tentem ganhar apoio regional às novas sanções previstas para o Irão.

A visita a Riade, capital da Arábia Saudita, a Jerusalém, capital de Israel, e Amã, capital da Jordânia, acontece numa altura em que Donald Trump está a tentar perceber quais seriam os Estados vizinhos dos iranianos que o apoiariam se decidisse sair do acordo nuclear, assinado em 2015 e que ainda reúne o apoio das potências europeias.

“Estamos a pedir às nações de todo o mundo que sancionem indivíduos e entidades associadas ao programa de mísseis do Irão”, disse Brian Hook, conselheiro que está a acompanhar Pompeo na viagem aos Estados árabes, aos jornalistas. Hook acrescentou ainda que a salva de mísseis balísticos disparados contra a Arábia Saudita pelo movimento houthi do Iémen foi fornecida por Teerão. Os mísseis mataram um homem, este sábado.

“Os mísseis iranianos prolongam a guerra e o sofrimento no Médio Oriente, ameaçam a segurança e os interesses económicos e ameaçam especialmente a Arábia Saudita e Israel”, acrescentou o conselheiro.

O compromisso alcançado em 2015 limita o poderio nuclear iraniano em troca sanções menos pesadas, mas não toca na questão dos mísseis. Por essa razão, Trump já o classificou como “o pior negócio de sempre”. O Presidente norte-americano ameaçou Teerão com novas sanções a menos que o Reino Unido, França e Alemanha concordem alterar o documento actual. Os países que assinaram o acordo nuclear (Rússia, China, Alemanha, Reino Unido e França) consideram que a sua manutenção ainda é a melhor maneira de evitar que o Irão construa uma bomba nuclear.

Em conversa com os ministros dos Negócios Estrageiros da NATO, que se reuniram em Bruxelas esta sexta-feira, Pompeo afirmou que Trump ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a saída do acordo, mas também não tenciona mantê-lo sem alterações. A data limite para dar a conhecer a sua posição final será em meados de Maio. “Ainda não houve uma decisão, a equipa está a trabalhar e tenho a certeza de que existirão muitas conversas para dar a conhecer o que o Presidente já tornou claro”, disse Pompeo numa conferência de imprensa.

No início da semana, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao homólogo norte-americano que não abandonasse o acordo nuclear. Ainda assim, Macron reconhece que é provável que Trump saia.

Na mesma linha, a administração Trump está neste momento a rever o papel dos EUA na luta contra o Estado Islâmico na Síria. O Presidente norte-americano está a pedir aos países do Golfo que ofereçam tropas e financiamento para estabilizar as áreas que antes eram controladas pelo grupo na Síria.

Pompeo foi um dos primeiros responsáveis da Administração Trump a visitarem a Arábia Saudita, ainda enquanto director da CIA.

Em Riade, Pompeo foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Adel al-Jubeir. No programa, está uma visita ao príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e ao rei Salman.