Bares do Parque Verde do Mondego devem voltar a abrir em 2019

Construção de piso superior no complexo comercial da margem direita do rio em Coimbra custa 825 mil euros e deve demorar seis meses.

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Construído em leito de cheia, o complexo vai receber um piso superior de forma a que os bares continuem a funcionar, caso o rio volte a subir Adriano Miranda
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asm ADRIANO MIRANDA

Se os estabelecimentos comerciais do Parque Verde de Coimbra abrirem as portas quando o presidente da autarquia, Manuel Machado, deseja, terão passado mais de três anos desde que as cheias afectaram e deixaram inutilizados aqueles espaços.

Nesta sexta-feira, o autarca participou na consignação da empreitada de requalificação dos estabelecimentos de restauração do Parque Verde, que tinham sofrido danos significativos com as subida das águas do rio Mondego em Janeiro e Fevereiro de 2016.

Construído em leito de cheia, o complexo térreo vai receber um novo piso superior, de forma a que os bares e restaurantes se mantenham em funcionamento mesmo que o rio volte a galgar a margem naquele ponto. Os trabalhos custam 825 mil euros aos cofres da autarquia e devem prolongar-se até Novembro deste ano. No entanto, precavendo eventuais atrasos, Machado admitiu aos jornalistas que “pode haver algumas necessidades de tempo”. Questionado sobre a abertura dos estabelecimentos a tempo do Verão de 2019, o presidente diz ter “a certeza” de que estarão prontos. “Se não haverá chatice da grossa”, acrescenta.

Antecipando-se a questões sobre a demora do arranque dos trabalhos, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) garantiu que “a aprovação de um licenciamento de um intervenção destas é relativamente complexo”, uma vez a que o edifício está numa “zona de reserva ecológica nacional”.

O concurso para a concessão dos espaços deverá arrancar apenas quando a obra já estiver encaminhada. O procedimento será lançado “quando for observável o que se vai aqui fazer”, de forma a “aumentar a base de licitação ou a concorrência”, justifica.

O projecto de ampliação do complexo do Parque Verde é da autoria do atelier do arquitecto Camilo Cortesão, o mesmo que tinha desenhado a construção de raiz, no âmbito do programa Coimbra Pólis, que foi inaugurada em 2004. Os quatro maiores espaços ganham um piso superior, sendo que há um módulo mais pequeno que se mantém na anterior configuração. Os acessos ao piso superior, onde ficarão instaladas as cozinhas, serão feitos pelas traseiras do edifício e no rés-do-chão mantém-se uma copa de apoio.

Esta foi a forma encontrada de “ajustar a realidade física” inicialmente construída “à realidade natural”, explica Manuel Machado, rejeitando que os bares do Parque Verde tenham sido construídos a uma cota demasiado baixa. “Foi assumido pela sua localização em leito de cheia do rio Mondego que ele era alagável”, recorda. E foi essa mesma razão que levou a que fosse “exigido um seguro de valor muito significativo” aquando os processos de concessão anteriores. Todavia, “constatando o que aconteceu em 2016, entendeu-se que o mero restauro do que havia sido destruído pelas cheias não tinha sido suficiente”.

Margem direita aguarda obras

Esta é a primeira de um conjunto de intervenções que a autarquia planeia levar a cabo na margem direita do rio. A requalificação do Parque Manuel Braga, imediatamente a jusante do Parque Verde, foi anunciada em 2016, com um custo previsto de 3,2 milhões de euros, mas está ainda em fase de projecto.

No entanto, é já sabido que o único restaurante do jardim vai sair dali. O Itália foi construído numa varanda sobre o Mondego e, para além de ser “inestético”, está “em condições precárias”, recorda Machado. A intervenção no Parque Manuel Braga prevê a remoção da edificação, mas o responsável refere que a autarquia dará “naturalmente uma oportunidade a essa empresa” para que se reinstale no Parque Verde.

O espaço entre a ponte de Santa Clara e o Açude-Ponte também vai sofrer alterações. O projecto foi aprovado em reunião de executivo camarário em Outubro de 2016, mas está dependente de uma providência cautelar. Uma das empresas concorrentes à execução da obra contestou a que ficou colocada em primeiro lugar devido a esta não ter alvará de abate de árvores, tinha já avançado Manuel Machado em Fevereiro.

Sobre este assunto, pouco mais há a acrescentar: o município aguarda a decisão do Supremo Tribunal de Justiça para desbloquear o impasse. Estando a obra orçada em 8 milhões de euros e estando prevista a comparticipação de fundos comunitários, Machado diz estar “obviamente preocupado” se “esse dinheiro é perdido ou não é investido a tempo”.

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