Anti-semitismo é uma vergonha permanente
Chris Patten diz que o anti-semitismo é um problema europeu. Ultrajante.
O anti-semitismo tem feito manchetes na imprensa britânica. É um embaraço para o Labour, afirma Chris Patten.
Quando leio algumas manchetes dos jornais britânicos, que denunciam actos de anti-semitismo, incluindo no Labour, é extremamente difícil entender como é que isso ainda é possível. É grave? Ou não vale a pena exagerar?
É um problema que não é apenas nosso, mas que afecta a Europa, em geral. Se olhar para os seguidores do site Breitbart News [de Steve Bannon, antigo estratego de Trump] em alguns países europeus; se olhar para o assassínio de duas mulheres idosas em Paris ou para os ataques a escolas judaicas em França, não temos, apesar de tudo nada tão terrível no Reino Unido. Mas há, creio eu, tanto na extrema-esquerda como na extrema-direita do sistema político britânico, traços de anti-semitismo. Não creio que seja um problema enorme, mas reconheço que é um grande embaraço para o Labour e para o seu líder, que não parece estar muito determinado a acabar com isso. Estou a falar como um católico, mas o anti-semitismo é algo que eu nunca consegui compreender. Jesus era um judeu. Creio que a forma como as pessoas de etnia e de fé judaica foram tratadas na Europa ao longo dos séculos é, pura e simplesmente, ultrajante. Deveria provocar uma vergonha permanente. Uma mera sugestão do regresso [do anti-semitismo] tem de ser uma coisa que estamos absolutamente determinados a impedir. Qualquer crítica à política israelita é acusada de anti-semitismo, o que não é verdade, mesmo que algumas vezes seja. Devemos poder criticar Benjamin Netanyahu sem sermos acusados de anti-semitas. Tenho alguns velhos amigos em Israel, que infelizmente já não estão no governo e que são pessoas que admiro imenso pela sua bravura e a sua inteligência.