Ministro pede à IGAS que esclareça questão da ala pediátrica do S. João
Adalberto Campos Fernandes quer saber “se houve algo que pudesse ter sido feito e que não tenha sido feito” para melhorar o atendimento de crianças em tratamento naquele hospital do Porto.
O ministro da Saúde pediu à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) para intervir na questão da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, e esclarecer se a situação das crianças ali seguidas poderia ter sido evitada.
“Pedi à IGAS que procurasse aferir se houve algo que pudesse ter sido feito e que não tenha sido feito”, afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas, à margem de uma cerimónia para anunciar novos investimento no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
A falta de condições de atendimento e tratamento de crianças com doenças oncológicas foi denunciada por pais de crianças doentes que são atendidas em ambulatório e também na unidade do “Joãozinho”, para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João.
A propósito da situação, o governante disse que “não há ninguém que sinta mais incómodo e mais sentido de injustiça do que o ministro da Saúde e o Governo”, recordando que a situação se arrasta há uma década. “Vai ser este Governo que vai resolver um problema que se arrasta há dez anos”, garantiu.
Questionado sobre se as crianças seguidas naquela ala pediátrica, nomeadamente as doentes oncológicas, poderiam ser tratadas noutra instituição no Porto, o ministro considerou que é uma situação “que tem contornos que importará esclarecer, mas que importa muito mais resolver”. Campos Fernandes considera que o Ministério da Saúde “não tem o poder de fazer tudo”, embora assuma responsabilidades políticas. O ministro assegurou ainda que o Hospital de São João “disporá de todo o apoio para melhorar as condições, ainda que provisórias, de atendimento daquelas crianças”.
O presidente do Hospital de São João, António Oliveira e Silva, admitiu na semana passada que as condições no atendimento pediátrico são “indignas” e “miseráveis”, lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada. “Há um protocolo assinado, temos um projecto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projecto”, assinalou António Oliveira e Silva.
O mesmo responsável disse que as obras que não dependem dessa verba têm vindo a ser realizadas, nomeadamente o novo centro ambulatório para a pediatria, que ficará disponível a partir de 15 de Junho.