Especialistas admitem excesso de meios no combate aos fogos

Flexibilidade devia ser a lógica do novo dispositivo e não um reforço puro e simples, defendem.

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Este ano vai haver um reforço substancial de meios para combater fogos no Verão Paulo Pimenta (arquivo)

O reforço previsto no dispositivo de combate aos fogos deste ano não está isento de críticas. Paulo Fernandes, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e membro das duas comissões que investigaram os trágicos fogos do ano passado, admite que o dispositivo até pode pecar por excesso, lamentando o desperdício de recursos.

“Não encontrei melhoria nos procedimentos que tornem a resposta flexível. Os meios serão demasiados em boa parte do ano e insuficientes nas alturas de crise”, nota, defendendo que o sistema devia ter uma “folga de meios” que fossem destacados em função do risco resultante das condições meteorológica.

O especialista realça que isso é o que acontece em vários países de origem anglo-saxónica que têm problemas de fogos, onde os incêndios são combatidos por bombeiros florestais que fora dos períodos de risco estão a prevenir fogos na floresta.

Também Duarte Caldeira, presidente Centro de Estudos e Intervenção em Protecção Civil, defende que a resposta não devia ser mais meios, mas melhores meios. “Há aumento de meios em número mas a filosofia de uso dos mesmos não tem qualquer alteração”, analisa. E acrescenta: “Direi mesmo que não consigo identificar quais são as grandes mudanças entre o DECIR e o DECIF, para além da preocupação de mudar o nome às coisas sem alterar a sua essência”. Já o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, acredita que o facto de haver mais operacionais, nomeadamente mais quase 400 bombeiros profissionais, terá uma importância vital no ataque aos fogos nascente, que na sua opinião deverá ser a prioridade.

 

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