O que é a doença de Parkinson?
Que capacidades afecta a doença?
Trata-se de uma doença neurológica crónica e degenerativa do sistema nervoso central, caracterizada pela deterioração progressiva de um tipo de neurónios (dopaminérgicos) que intervêm na regulação dos movimentos automáticos. Isto faz com que a doença afecte principalmente o movimento. A longo prazo condiciona também as capacidades cognitivas. Até agora, não é conhecida uma cura.
Qual é a causa?
A doença de Parkinson é considerada idiopática, uma vez que surge espontaneamente a partir de uma causa desconhecida. Actualmente, a hipótese que reúne mais consenso é de que a doença tem múltiplas causas, resultando da combinação de factores genéticos e ambientais.
Quais são os sintomas?
A sintomatologia varia de pessoa para pessoa. Os sintomas físicos mais comuns são o tremor, rigidez e dificuldade para iniciar ou controlar os movimentos automáticos, problemas de equilíbrio, dificuldades em falar e mastigar alimentos. No campo cognitivo, a curto prazo é comum a perda de memória, dificuldade em seguir instruções complexas e fazer várias tarefas ao mesmo tempo. A longo prazo, podem tornar-se mais frequentes os défices de memória e cognitivos e demência.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da doença é normalmente clínico. Mas há progressos recentes que levaram à identificação de marcadores bioquímicos que podem servir para diagnóstico e monitorização da progressão da patologia.
Caso suspeite que tem Parkinson, o utente deve ser observado por um neurologista especialista em doenças do movimento, diz a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson. Esse encaminhamento pode ser feito pelo médico de família e a consulta deve realizar-se, no máximo, até seis semanas após o pedido de marcação. Confirmando-se o diagnóstico, o doente deve ser periodicamente observado pelo especialista.
Em Portugal, este tipo de consultas especializadas existem em 27 hospitais públicos, segundo o mapa disponível no site da Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento.
Quantos doentes há em Portugal?
O primeiro e único estudo que até agora estimou a prevalência da doença em Portugal concluiu que havia perto de 20 mil pessoas com Parkinson, o que faz desta a segunda doença neurodegenerativa com maior prevalência no país, a seguir à doença de Alzheimer.
O Estudo Epidemiológico de Avaliação da Prevalência da Doença de Parkinson, cujos dados foram conhecidos em 2014, demonstra ainda que a maioria dos doentes eram homens com mais de 65 anos, com sintomas moderados da doença e que estavam fisicamente independentes.
Vários neurologistas estimam que com o envelhecimento da população a prevalência da doença aumente.
Que direitos têm os doentes?
Por lhes ter sido diagnosticada uma doença neurológica degenerativa, os doentes de Parkinson não pagam taxas moderadoras em consultas e exames complementares prescritos na especialidade.
Estes doentes, que até à mudança da lei podiam receber a pensão social de invalidez, transitaram agora como beneficiários da Prestação Social para a Inclusão, em vigor desde Outubro.